Caminhoneiros protestam contra aumento de combustíveis em Rosário do Sul • Gazeta de Rosário

Rosário do Sul entrou na lista dos municípios que aderiram aos protestos contra o aumento de impostos sobre os combustíveis. Desde o final da manhã desta quinta-feira (03), caminhoneiros manifestam na BR 290 contra a decisão anunciada pelo governo federal no final de julho. Segundo os organizadores, cerca de dois mil caminhões estão parados no trecho que dá acesso à Alegrete e Santana do Livramento e podem permanecer no local até às 19h, conforme informações preliminares.

Desde às 11 horas, caminhoneiros orientavam colegas que passavam na rodovia a aderir ao protesto. Já no início da tarde, cerca de dois mil veículos estavam no local. A fila de veículos teve início no final da Avenida Coronel Sabino de Araújo, no início da estrada da Corte e nas vias paralelas ao trevo oeste da cidade. Os caminhões também lotaram os postos de gasolina localizados na entrada do município.

No início, pneus foram queimados. Porém, após orientação da PRF para que não houvesse queima nem bloqueio de vias, o grupo deu continuidade ao protesto de forma pacífica.

Além de Rosário do Sul, outras cidades da região aderiram a mobilização nacional contra o aumento de combustíveis.

A mobilização teve início quando o Movimento dos Transportadores de Grãos e Derivados (MTG), do Mato Grosso, convocou uma paralisação nacional de caminhoneiros com início nesta terça-feira (1º).

O aumento refletido nas bombas de combustível

O reajuste nas alíquotas do PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol foi determinado por meio de decreto presidencial no dia 20 de julho. A alíquota subiu de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, antes zerada, aumentou para R$ 0,1964. O reajuste foi imediatamente repassado ao consumidor nas bombas dos postos de combustíveis.

Reportagem e fotos: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

ATUALIZAÇÃO:

O motorista Clóvis Manera, 51 anos, está parado desde segunda-feira (31). Natural de Antônio Prado/RS, ele conta que costuma viajar por Rosário e região. “Estou aqui esperando para ver se vai melhorar. Não tem mais condições, o óleo diesel está muito caro e sobe cada dia mais”, lamenta. Manera diz que o ideal seria se os demais motoristas da via parassem e apoiassem, mas, ao invés disso, ele conta que muitos desdenham. “Tem muita gente que passa e dá risada. A melhor coisa seria se todo mundo colaborasse”. A principal reivindicação dele é o aumento nos custos, mas o congelamento no preço do frete. “Tudo aumenta, mas o frete não. O que vamos fazer?”, questiona o motorista.
Já o rosariense Belém Dias Pimentel, 61 anos, motorista há 43, diz que “o desenvolvimento passa pela mão do agricultor e dos caminhoneiros em geral”. Para ele, o governo está sendo abusivo e esquece da base que sustenta o setor.

Adesão nacional

Além de Rosário do Sul, outras cidades gaúchas aderiram à greve nacional contra o aumento de combustíveis. Em Pelotas, as manifestações afetaram o abastecimento de combustíveis. Segundo o G1, em alguns estabelecimentos, as bombas chegaram a ficar vazias. Além do setor de combustíveis, a entrega de cargas também sofreu atrasos.

A mobilização nacional começou quando o Movimento dos Transportadores de Grãos e Derivados (MTG), do Mato Grosso, convocou uma paralisação de caminhoneiros com início na terça-feira (1º). De acordo com a PRF, 26 trechos estavam com retenção de caminhões até a tarde de sexta-feira (04). São eles: