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Carmen Flores repassou verbas públicas para família e própria loja, aponta jornal

No fim da tarde da última quinta-feira (21) o jornal Folha de São Paulo divulgou uma reportagem na qual afirma que a candidata ao Senado em 2018 pelo Partido Social Liberal (PSL), a rosariense Carmen Flores, fez repasses de verbas públicas para a filha, para a neta e para a própria loja.

Conforme dados públicos que constam no sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empresária recebeu R$ 200 mil da direção nacional do PSL, proveniente do fundo partidário, para financiar as legendas e as campanhas eleitorais. Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, Maribel Lopes, filha de Carmen, recebeu R$ 40 mil pelo aluguel de seis meses de um imóvel com o mesmo endereço da loja de móveis da mãe, em Porto Alegre. Ao lado, funcionou a sede do PSL durante a campanha, local agora vazio. Antes, o endereço do PSL era o apartamento residencial da candidata. Já a neta de Carmen recebeu R$ 1.155,45 para fazer panfletagem na rua, conforme os recibos.

A Resolução 23.553, do TSE, que regulou a arrecadação e aplicação dos recursos da eleição de 2018, não trata sobre a possível ilegalidade da contratação de parentes. A Justiça Eleitoral pode entender como ilegal se, ao julgarem as contas, constatarem que os serviços não foram prestados.

Carmen disse ao jornal que trabalhou pela candidatura de Bolsonaro. “Eu não sabia o que era PSL, eu era Bolsonaro. Sempre admirei a causa Bolsonaro. O ministro Onyx Lorenzoni e o presidente, na época deputado [Bolsonaro], jogaram no meu colo em 20 de março a presidência do partido”, falou à Folha.

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A verba pública da campanha também foi utilizada para mobiliar a sede, com móveis comprados na própria loja da candidata. Foram R$ 34 mil em mesas e cadeiras. As notas mostram que os móveis são de uma loja da rede “Carmen Flores” em Xangri-lá, e não da loja vizinha à sede do partido.

A reportagem da Gazeta entrou em contato com o advogado de Carmen, Lucas Ceccacci, que afirma que toda movimentação financeira de campanha foi registrada e possui origem lícita. “A legislação eleitoral não proíbe a contratação e aquisição de bens e serviços de parentes de candidato. Com relação aos móveis adquiridos, eles não foram comprados na loja de propriedade da minha cliente, e sim de uma franquia de propriedade de terceiro”, disse o advogado. Sobre o imóvel locado, ele esclarece que o espaço não era da filha, e sim da empresa dela.

Deputado Bibo Nunes publica vídeo criticando Carmen Flores

O deputado federal Bibo Nunes gravou um vídeo criticando a ex-colega de partido e divulgou nas redes sociais. Questionado pela Folha sobre a conta dos móveis, ele disse considerar legal, mas avalia incorreto comprar na loja da própria candidata e sem licitação.

“A divulgação desse assunto por parte do deputado Bibo Nunes demonstra o ataque pessoal à imagem da minha cliente e sua família. A Justiça Eleitoral ainda não analisou as contas de campanha e se houver necessidade de esclarecer qualquer movimentação, isso será feito no processo”, disse Ceccacci.

A prestação de contas de Carmen também aponta que a maior despesa da campanha foi para Roselvane Nascimento, que recebeu R$ 95,1 mil. Segundo Nunes, Roselvane trabalhava como secretária do PSL. A reportagem da Folha não conseguiu contato com ela. Para a Gazeta de Rosário, o advogado de Carmen garantiu que Roselvane não foi secretária durante o período eleitoral e sim prestadora de serviço como coordenadora de campanha, contratada através de CNPJ.

Relembre

Carmen foi uma das principais lideranças do PSL durante a campanha e se intitulava a “senadora do Bolsonaro”. No estado, ela foi a quarta colocada no pleito, com 1,5 milhão de votos. Em Rosário do Sul, ela conquistou 5.682 dos votos rosarienses. A empresária era a presidente do PSL no Rio Grande do Sul e em dezembro passado anunciou sua retirada do partido devido a discordâncias com os colegas de partido. Mais recentemente, segundo informações da GaúchaZH, Carmen anunciou que poderá migrar para o Democratas (DEM).

Na última terça-feira (18), a GaúchaZH noticiou um conjunto de movimentações atípicas em sua conta de campanha.Conforme dados públicos que constam no sistema do TSE, a empresária recebeu 76 depósitos em dinheiro sucessivos em sua conta durante o período de 30 de outubro a 1º de novembro. As operações somaram R$ 75.680,00 e aconteceram na boca do caixa. Em entrevista à Gazeta, ela afirmou que não há irregularidades nos depósitos.

Foto: Reprodução / Jornal do Comércio

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