Nesta terça-feira (28) aconteceu mais uma edição do evento Case de Sucesso, promovido pelo Poder Legislativo de Rosário do Sul. O debate em pauta foi a causa animal e quem palestrou sobre o assunto foi a vereadora bajeense Beatriz Souza (Rede).
O objetivo do encontro foi apresentar aos rosarienses a política de controle populacional de cães e gatos que já existe em Bagé desde 1999, com a fundação do Núcleo Bajeense de Proteção Animal (NBPA). Beatriz foi a primeira coordenadora do bem-estar animal no município. Após anos lutando pela causa, ela se candidatou ao cargo de vereadora com o intuito de garantir e promover o direito dos animais no Poder Legislativo.
Em entrevista à Gazeta, Beatriz relatou que há uma epidemia de animais soltos em via pública e a maioria das cidades não sabe o que fazer. “Em Bagé, começamos com uma política pública massiva. Depois observamos que não adiantava só castrar, tem que educar para posse e guarda responsável”, disse.
O NBPA possui o centro de atenção aos animais de rua, o qual hospeda cerca de 190 animais retirados de maus tratos. Além disso, o espaço acolhe os animais durante o período pós-operatório. Mensalmente, são realizados cerca de 300 atendimentos clínicos veterinários gratuitos a pessoas de baixa renda. “Os animais castrados que são de rua voltam pra rua. Porque se tu criar um canil na cidade, vira depósito de animais da população”, ressaltou a vereadora.
Além desse espaço, desde 2010, Bagé conta com os serviços do Castramóvel, um ônibus climatizado com três divisórias: uma sala pré-operatória, uma cirúrgica e uma pós-operatória. Possui uma veterinária responsável pela anestesia e outra que faz a cirurgia. Além disso, dois estagiários participam em cada sala. A vereadora explicou que a comunidade se mobiliza para receber o atendimento da unidade móvel no bairro. Os moradores devem reunir no mínimo dez e no máximo vinte animais para que o atendimento seja realizado. Mensalmente, são castrados 300 animais. Além da castração, também é aplicado o carrapaticida.
O Núcleo é mantido pelo Poder Executivo com contribuições da comunidade e de empresas. Os funcionários são contratados e os voluntários administram o projeto. O serviço gera um custo de, em média, R$ 60 mil por mês. Ao todo, são realizados 1600 procedimentos mensais e desde a fundação do núcleo, 48 mil animais já foram castrados.
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Beatriz ressalta que a implantação de uma política de controle animal é uma questão de saúde pública. “Onde tu diminui o número de animais, diminui as zoonoses. Para cada um real investido em castração, R$ 27 são economizados em saúde pública. Se tu tem um animal saudável, menos gente vai adoecer. E além disso, é um ato de amor”, finaliza.
Compuseram a mesa central junto a palestrante, a secretária municipal de saúde, Karla Fontoura, o vereador Glei Pacheco (PDT) e o presidente do legislativo, Elisandro Paz “Piruca” (PP).
O evento Case de Sucesso é promovido pelo Poder Legislativo e tem como objetivo debater temas pontuais para Rosário do Sul. Os assuntos são baseados em ações que já dão certo em outros municípios. Trânsito e simplificação e desburocratização da máquina pública para facilitar a abertura de empresas já foram temas debatidos em outras edições do evento.
Política de controle populacional de cães e gatos em Rosário do Sul
O presidente do legislativo junto ao vereador Pacheco possuem um projeto que visa o controle populacional de cães e gatos em Rosário do Sul. O projeto é inspirado no que foi apresentado pela vereadora de Bagé e já foi aprovado pelo Poder Executivo.
Os vereadores rosarienses destinaram ao serviço R$ 60 mil em emendas impositivas. Um ônibus que estava em desuso e servia ao município através da Secretaria Municipal de Saúde, foi fornecido pelo Executivo.
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Em entrevista à Gazeta, o presidente do legislativo relatou que as emendas impositivas foram utilizadas para aquisição de equipamentos ambulatoriais. Disse, também, que o ônibus ainda está em manutenção e a aquisição de equipamentos para infraestrutura do veículo está em processo licitatório. Conforme Paz, uma médica veterinária já foi nomeada para incorporar ao programa.
Diferente do projeto desenvolvido em Bagé, o castramóvel não será solicitado pela comunidade. A unidade móvel irá até as Estratégias de Saúde Familiar (ESFs) e os moradores poderão levar seus animais para castração.
“Pelo andamento, até dezembro é possível que já esteja tudo montado e que o serviço comece em janeiro”, afirmou Paz.
Reportagem e fotos: Larissa Hummel / Gazeta de Rosário