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CPERS protesta contra governo no centro de Rosário

Por volta das 10h da manhã de ontem, o Movimento União dos Funcionários Públicos Estaduais, através do CPERS Sindicato, realizou uma manifestação em frente à Praça Central da cidade com a participação de professores e servidores de escolas estaduais apoiados por alunos com vários cartazes contra o governo. O ato iniciou com um minuto de silêncio para lembrar a tragédia ocorrida com a equipe do Chapecoense, na madrugada de terça-feira (29), na Colômbia.

Com o badalar de uma sineta ao fundo, o representante do CPERS, Paulo Conterato, falou aos presentes sobre o que chamou de “grave problema que passam os servidores estaduais com o parcelamento de salários, incertezas sobre o 13º salário, além do constrangimento e o pacote que está prestes a ser votado na Assembleia Legislativa retirando direitos dos servidores”.

À Gazeta, Conterato disse que o ato ocorreu em várias cidades do RS. “Registramos boletim de ocorrência pelos danos morais que todo o funcionalismo público do Estado, professores, funcionários, Brigada Militar, Susepe, Bombeiros e demais setores do serviço público estadual estão sofrendo. Estamos vivendo com parcelamentos de salários, a situação está muito grave”.

Ato público organizado pelo CPERS Sindicato em frente a Praça teve adesão de professores, servidores e alunos. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário
Ato público organizado pelo CPERS Sindicato em frente a Praça teve adesão de professores, servidores e alunos. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário

Professor vestiu-se de mendigo para caracterizar situação

Leandro Oliveira diz que a educação está abandonada. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário
Leandro Oliveira diz que a educação está abandonada. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário

O professor Leandro Oliveira, que leciona História e Sociologia, caracterizou-se de mendigo e permaneceu por meia hora em frente à porta do Banrisul pedindo esmola. A quantia arrecadada, R$ 15,25, será dividida entre as escolas estaduais de Rosário, como forma de alertar sobre a situação que passa a educação estadual.

Com um cartaz onde lia-se “Faça sua doação para a educação! Obs.: O governo repassa só R$ 0,29 centavos para a merenda”, ele comentou sua manifestação e criticou a falta de prioridade para a educação. “Historicamente o Estado nunca priorizou a educação, atualmente ataca diretamente os direitos dos servidores. As escolas estão sucateadas,  falta  de tudo um pouco, salas de informática com equipamentos sucateados, sem profissionais  nos ambientes como biblioteca, funcionários da limpeza e alimentação sobrecarregados de trabalho”, elenca ele.

O educador ainda fala sobre as verbas cortadas e em atraso, além de citar a mudança do ensino médio, que segundo ele, desvaloriza o profissional formado e abre as portas para a iniciativa privada. “Ainda tem a questão dos projetos de leis que afetaram não só a educação, mas todo os setores. Desrespeito total com a autonomia das escolas em organizarem seus quadros de recursos humanos, provável demissão de professores  contratados, pois a superlotação das turmas ocorrerá no próximo ano com até 45 alunos por sala no ensino médio”, desabafa o historiador e sociólogo.

Ele ainda comparou a situação salarial com a ação realizada na manhã de quarta-feira. “Resumindo, a educação está no abandono, mendigar está se tornando mais viável. A sociedade precisa ver que o futuro do país passa pela educação. A proposta foi chamar a atenção da comunidade a se unir a nós para resistirmos a essa política que quer tirar dos trabalhadores para pagar a crise da má gestão e da corrupção”, analisou.

Alunos demonstraram apoio a situação dos professores em especial a professora Ângela Filappi que enfrenta problemas de saúde. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário
Alunos demonstraram apoio a situação dos professores, em especial à professora Ângela Filappi, que enfrenta problemas de saúde. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário

Manifestação terminou na Delegacia

Parte dos manifestantes, representando o 23º Núcleo do CPERS Sindicato em Rosário do Sul, foi até a Delegacia de Polícia Civil onde foi realizado um registro policial contra a honra consumado, devido ao prejuízo moral que os servidores vêm tendo com o parcelamento dos salários desde fevereiro deste ano.

No documento policial, um dos educadores informa que “os salários dos professores e funcionários das escolas estaduais foram parcelados, tendo o Estado depositado a parcela de R$ 2.150 por matrícula e que tal fato vem causando grande prejuízo moral para todos, pois os submete a constantes constrangimentos no comércio em geral, na instituição bancária, etc.”. A intenção do registro é que futuramente possa ser realizada uma ação cível de reparação de danos morais por parte do Governo do Estado a todos os servidores.

Conforme Paulo Conterato, essa primeira parcela do salário somente foi possível devido a depósitos realizados oriundos de uma ação da época do governo de Olívio Dutra (PT) contra a Ford, pela saída da empresa de Guaíba para a Bahia. “O governo ainda não apresentou datas e valores das parcelas para quitação dos salários que pode ser depositada até o dia 13 deste mês. O 13º salário também não fomos informados de nenhum cronograma de pagamento e se ocorrerá”, disse Conterato.

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