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CPERS realiza movimento contra pacote de Sartori

Na terça-feira (13), o CPERS Sindicato participou do movimento chamado de Ato Unificado dos Servidores, em Porto Alegre, em protesto ao pacote de medidas anunciadas em novembro pelo governador José Ivo Sartori (PMDB). Um dos representantes do CPERS em Rosário, o professor Leandro Oliveira visitou algumas escolas na manhã de segunda-feira (12) e segundo ele, “alguns colegas pretendem entrar em greve depois do dia 20”.

No município, a adesão à ação de terça foi baixa. “Já esperávamos isso, pois Rosário se opôs a greve em dezembro, mas desejava no próximo ano”, explica Leandro. Ainda assim, do município saiu um ônibus com professores e funcionários rosarienses para participar do Ato.

“Saímos em caminhada do Mercado Público em direção ao Palácio Piratini. Milhares de pessoas foram se juntando ao movimento, com um número expressivo de servidores da área da segurança. A tropa de choque nos esperava na praça. A Assembleia e o Palácio estavam fechados, com grades ao seu redor”, descreveu o professor. Segundo ele, o movimento foi pacífico, apesar da indignação dos servidores. “Os policiais recuaram e retiramos as grades que impediam o acesso na frente do Palácio. Nos caminhões, colegas se manifestaram contrários à perda de direitos trabalhistas e ao fechamento de fundações do estado e desemprego de milhares de servidores”.

Oliveira também observa que a greve neste final de ano foi o meio que o Sindicato encontrou de manter uma parcela da categoria mobilizada para ações em Porto Alegre e nas Coordenadorias Regionais de Educação em atos e dias de votação de projetos que prejudiquem os servidores. “O clima nas escolas é de frustração, fechamento de turmas e incerteza da permanência de professores contratados no próximo ano. Diante disso, entraremos com ações no Ministério Público”, adianta.

Servidores durante o protesto de terça-feira (13), em Porto Alegre. Foto: Divulgação

Entenda o caso

Os professores e demais categorias que participaram do Ato Unificado em Porto Alegre são contrários ao pacote de reajuste fiscal do governador José Ivo Sartori, que prevê, entre outras medidas, a extinção de nove fundações do Estado, a demissão de servidores, a fusão de secretarias, o aumento da alíquota previdenciária e o fim da exigência de plebiscito para privatização de empresas como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás. O CPERS elenca as seguintes razões para seu posicionamento:

Confisco:

  • Muda o calendário do pagamento dos salários;
  • Joga metade do 13º para o ano seguinte;
  • Aumenta o desconto da Previdência para 14%;
  • Cria uma taxa de administração do IPE, cujo valor será decidido depois;

Liquidação e Desemprego:

  • Fecha a Fundação Zoobotânica (Jardim Botânico e Zoológico), Fundação Piratini (TVE e FM Cultura), CIENTEC, FDRH, FEE, FEPAGRO, FEPPS, FIGTF, METROPLAN e CORAG;
  • Extingue três mil postos de trabalho;

Entrega de Patrimônio:

  • Planeja vender a CEEE, a CRM e a Sulgás;
  • Entrega para grandes empresas a exploração destes serviços que são altamente lucrativos.
Fonte: Site CPERS
Movimento realizou passeata do Mercado Público à Assembleia Legislativa na capital. Foto: Divulgação

Outras ações

Na quinta-feira (15), o CPERS realizou um ato em Santana do Livramento, cidade sede da 19ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Professores e funcionários de Rosário compareceram. A ação contou com a participação de alunos de escolas que terão turmas fechadas e da Escola Estadual de Ensino Fundamental Maurício Cardoso, que será fechada em Livramento.

Com a Coordenadoria ocupada, foi solicitada a presença de um representante para que as reinvindicações fossem realizadas. “Expusemos que somos contra a superlotação de turmas em algumas escolas em detrimento da extinção de turmas de outros educandários, demissão de professores contratados, ameaça de fechamento de EJA [Educação de Jovens e Adultos], que também são situações vividas em Rosário. E somos contra o fechamento da escola Maurício Cardoso, que atende uma comunidade em vulnerabilidade social com quase 150 alunos em Santana do Livramento”, elencou Leandro.

O próximo ato acontecerá na segunda-feira (19), novamente em Porto Alegre, quando também deverá sair um ônibus de Rosário. “O ato será unificado com demais servidores públicos e tem como objetivo mostrar nossa força, e pressionar a Assembleia Legislativa a não aprovar o pacote do governador Sartori, que precariza o serviço público gaúcho”, explica o professor. Ele também avalia que a adesão à greve em todo o estado foi muito pequena, mas que seu propósito está garantido, “o de manter um grupo engajado nos dias de atos e movimentos de resistência”.

 

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