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DE DENTRO DO TATAME: A arte marcial como ferramenta de ensino

Em diversas partes do mundo, introduz-se desde bastante cedo o ensino das artes marciais no ambiente escolar. Não só pela questão da atividade física, que é algo trabalhado também fora da escola e dentro da arte marcial, mas também utiliza-se a arte marcial para trabalhar valores sociais que estas possuem, ajudando no desenvolvimento físico, moral e intelectual dos praticantes. Na maioria dos países de cultura oriental, as artes marciais são, antes mesmo do ensino do currículo obrigatório, introduzidas no meio escolar para contribuir com a melhora deste desenvolvimento e consequente auxílio no aprendizado. Quando falamos em ferramenta de ensino, além de termos a parte física temos que entender que a própria arte marcial (na sua quase totalidade, salvo exceções de quanto a forma que certos professores ensinam) traz nela valores morais, tais como disciplina, respeito, amizade e companheirismo. E o ensino completo da arte marcial tem esses valores até mais necessários do que a própria parte física e técnica da prática da mesma.

Desenvolvimento motor

Hoje, inclusive no ambiente escolar, o ensino da arte marcial é algo que abrange uma gama muito ampla de aprendizado. Quando aplicamos essa modalidade para ensino de motricidade, a capacidade de desenvolvimento dos alunos é ampliada enormemente. Enquanto algumas modalidades se concentram em movimentos específicos, como arremessar, chutar, lançar ou correr, em uma aula de uma única modalidade, aqui citando como exemplo o judô e o caratê, temos uma amplitude quase ilimitada de movimentos. Não por acaso, o judô é indicado pela UNESCO como a melhor modalidade para a iniciação esportiva para crianças e jovens adultos, dos 06 aos 21 anos, justamente por ser uma modalidade que promove de uma forma mais ampla o desenvolvimento motor destes praticantes. E quando se aplica na forma e no tempo certo, essa prática só promove um melhor bem-estar, além de ajudar e acelerar esse desenvolvimento.

Além da prática motora

Justamente por ser uma prática que já traz alguns valores morais incluídos no aprendizado delas, as artes marciais promovem, juntamente com o desenvolvimento físico do praticante, uma melhorar significativa tanto na parte disciplinar quanto na parte intelectual. A arte marcial por si só cobra uma grande concentração, uma disciplina e um comportamento diferenciado por parte dos seus praticantes. Não quer dizer que isso também não seja cobrado em outras modalidades esportivas, mas dentro da arte marcial isso é primordial para quem deseja praticar a verdadeira arte marcial, e não só uma modalidade de luta esportiva. Para que o praticante evolua dentro de determinada arte marcial (chamamos de graduação, a forma como avaliamos o desenvolvimento do praticante) é exigido, mesmo que inconscientemente, uma dedicação aos estudos não só da parte técnica e uma disciplina que talvez em outras modalidades isso não seja tão necessária.

O aprendizado total

O verdadeiro estudioso da arte marcial é aquele que nunca deixa de buscar o conhecimento. E não só o conhecimento técnico, mas também o histórico (para entender o porquê da prática marcial) e o filosófico, que faz com que tenhamos uma consciência de como aplicar o que aprendemos com esta prática não só na luta, mas para que possamos levar isso… …De Dentro do Tatame, para a vida. E isso é o que a arte marcial verdadeira prega. Um bom sábado a todos.

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