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DE DENTRO DO TATAME: Histórias…

Hoje, bem como nas próximas semanas, vou dar um tempo no assunto pandemia aqui na coluna, e falar de assuntos, digamos assim, mais leves. Todos nós temos uma (senão várias) “história de vida” e dentro das artes marciais não é nenhum pouco diferente. A única diferença é que essa história muitas das vezes segue paralelamente percorrendo o caminho e as dificuldades que temos ao seguirmos esse caminho, das artes marciais. Cada praticante segue esse caminho de uma forma bastante particular. Quem me acompanha já há algum tempo na coluna ou me conhece pessoalmente, já deve ter ouvido contar algumas histórias relacionadas à arte marcial ou alguma história minha, como praticante. Quem ainda não, lá vai.

…Nossas Histórias…

Ao contrário da maioria, não comecei criança a praticar uma arte marcial. A grande maioria inicia a prática por influência ou indicação dos pais, e nisso também segui o caminho inverso. Aos 27 anos, iniciei a prática do judô, por influências dos meus filhos mais velhos, na época com 8 e 5 anos de idade. Aos 28 anos, iniciei a prática do jiu-jitsu, influenciado por um colega de judô, que dava aulas deste esporte. Quando criança e adolescente, salvo assistir o UFC (então chamado de vale tudo ou filmes com essas temáticas), nunca tive muita familiaridade com as lutas. Tentei praticar o kung-fu certa vez, mas não deu muito certo. Depois de uma certa idade, “velho para esse tipo de esporte”, assistindo meus filhos praticar, fui “convidado” pelo mais novo dos dois, a acompanha-lo na aula. Bom, minha ideia inicial era praticar alguns meses, para que ele não desistisse da prática, e quando ele “engrenasse”, eu abandonaria os tatames. Acabei tomando gosto pelos dois esportes e já se passaram mais de 13 anos.

…Dias de Luta…

Como todo praticante de esporte, e mais ainda de artes marciais, nossos dias de luta são mais do que dentro dos tatames, em campeonatos, lutando literalmente. Acredito até que essa seja a parte mais “suave” de todo o caminho e de toda a arte, pegando o significado do judô e do jiu-jitsu, que é o que eu me dedico atualmente. Nosso esporte, por não ter uma “visibilidade comercial”, hoje tem muito pouco apoio tanto do poder público quanto de empresas privadas, e isso é a parte mais difícil de toda a caminhada a percorrer. Antes de nosso “dia de luta”, participando de uma competição e buscando um resultado, temos vários “dias de luta”, correndo atrás de apoio, patrocínios, divulgação, e isso muitas vezes é o mais cansativo. E todos os atletas de artes marciais vivem isso, ao decidirem participar de uma competição.

…Dias de Glória

Para mim, que nunca tive essa “veia de lutador”, apesar de já ter participado de muitas competições e ter mais vitórias do que derrotas dentro delas, e alguns resultados bem significativos, como Campeão Brasileiros das Ligas de Judô e Campeão Sul-Americano das Ligas de Judô, meus “dias de glória” tem um significado um pouco diferente. Meus “dias de luta” começaram quando decidi transmitir o conhecimento que adquiri nestes anos dentro do judô, de forma gratuita e montar um projeto de integração social e uma equipe de judô. E foram muitos “dias de luta”, enquanto planejava a concretização deste objetivo. Para mim, os “dias de glória” vieram quando presenciei o tatame cheio, com judocas dos 04 aos 50 anos, praticando o esporte que eu tanto amo, sem distinção nenhuma, como o judô realmente prega. E era isso. A nossa primeira história… …De Dentro do Tatame. Nas próximas semanas virão outras. Um bom sábado a todos. E fique em casa.

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