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DE DENTRO DO TATAME: Novembro

Desde 2011 o mês de novembro é reconhecido oficialmente como o Mês da Consciência Negra, no Brasil. O 20 de novembro, assim sendo, é o Dia Nacional da Consciência Negra, fazendo referência à morte do Líder Quilombola, Zumbi dos Palmares. Trago esse contexto histórico na coluna de hoje pelo fato de, primeiramente, estarmos no mês de novembro, e em segundo lugar, para falar de algo cada vez mais constante no atual cenário esportivo, tanto nacional, quanto mundial, tendo inclusive fatos ocorridos no âmbito das artes marciais, que é o preconceito racial. Todos nós sabemos que esse tipo de preconceito, bem como qualquer outro, não deveria existir pelo simples fato de sermos iguais, mas não podemos negar que o Racismo existe e está, à cada dia mais e mais sendo demonstrado, tanto pelo fato de existir uma facilidade de, pelo advento das Redes Sociais e dos aparelhos de smartphone, divulgação de ocorrência destes atos, quanto pela ocorrência de um número maior de casos, mesmo.

O Racismo no Esporte

Vários atos racistas, de muito tempo, vêm ocorrendo no mundo esportivo, desde os mais “brandos”, se é que podemos chamar qualquer ato racista assim, até os mais graves. Acredito que todos (ou então uma grande parte) lembram de um torcedor que jogou uma banana ao jogador do Barcelona, o brasileiro Daniel Alves, imitando um macaco, enquanto se dirigia ao mesmo, em um jogo do Campeonato Espanhol, em 2014. Mas não precisamos ir muito longe. Aqui mesmo, no estado do Rio Grande do Sul, ocorreu um caso bastante “famoso” de racismo, que gerou manifestações no país inteiro e até fora dele, que foi o caso do goleiro Aranha, do Santos Futebol Clube, que foi ofendido por uma torcedora do Grêmio Football Porto Alegrense, tendo sido também chamado de “macaco”, o que culminou na eliminação do time gaúcho da Copa do Brasil, também no mesmo ano de 2014.

Mas essas atitudes racistas não são novidade. Há várias histórias de desportistas negros impedidos de atuar profissionalmente, por diversos clubes, no Brasil e no mundo, em diversas modalidades.

O Racismo na Arte Marcial

E engana-se quem pensa que dentro das artes marciais, por ter toda uma disciplina, ser tida como um esporte de cooperação e inclusive, também não existam vários (famosos ou anônimos) casos de preconceito racial. Um caso de racismo bastante famoso é o da atleta Rafaela Silva, brasileira, judoca, que por um erro que pode acontecer (e acontece) com qualquer atleta, foi chamada (pelos próprios torcedores brasileiros, o que é muito mais vergonhoso) de “macaca” e que deveria “voltar para sua jaula”, pois o judô “não era para gente da sua espécie”, na Olimpíada de Londres, em 2012. Isso, essa atitude, quase fez a atleta, que quatro anos mais tarde viria ser campeã olímpica em seu próprio país e na cidade do Rio de Janeiro, desistir do esporte.

Solução

Muitos usam a premissa de que o “racismo só existe porque falamos demais nele”, mas isso é algo bastante mentiroso, com o perdão da expressão. A cada dia mais atitudes racistas, sendo elas dentro ou não de alguma modalidade esportiva, são praticadas por (pasmem) pessoas racistas. Hoje, como já virou uma espécie de “senso comum”, não basta que não sejamos racistas, e sim, que sejamos anti-racistas. Sendo… …De Dentro do Tatame… …ou fora dele, ao nos depararmos com um ato racista, temos a obrigação moral de denunciar, tanto o ato quanto quem o cometeu. Sejamos, então anti-racistas. Um bom sábado a todos.

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