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DE DENTRO DO TATAME: Preparação física na arte marcial

Assunto não tão novo, mas que entrou “em pauta” devido a uma conversa que tive com um outro professor de arte marcial, dias atrás. Hoje se ouve muita gente falar que a maioria das lutas de qualquer arte marcial se resume em força, em detrimento da técnica, o que há alguns poucos anos não se desenvolvia da mesma forma. Isso, na opinião de alguns, é resultado da intensa preparação física que se impõe aos atletas/competidores, fazendo com que muitas vezes, em uma disputa, o mais técnico, que na teoria teria vantagem sobre o menos técnico, não consiga sobrepujar sua técnica, perdendo na força física. Bom, quando paramos para analisar o contexto e não somente “casos isolados”, vemos que isso não acontece em regra geral. Pelo menos não quando não há a equivalência técnica. Ou seja, quando um atleta, independentemente da modalidade de luta, entra em uma disputa contra um adversário que tem superioridade física, mas é inferior tecnicamente a ele, muito raramente este será derrotado somente com o uso da força. No caso de as capacidades técnicas se equivalerem, há bastante chances de que o mais preparado fisicamente vença, mas também não há garantia absoluta que isso aconteça.

Evolução

Falamos quase que exclusivamente em artes marciais, mas não devemos esquecer que a questão da preparação física é, pelo menos hoje, a base do desenvolvimento esportivo dos atletas da maioria dos esportes (pelo menos dos ditos de alto rendimento) e sem isso, não há como um atleta que busca a excelência, pelo menos competitiva, alcançar os seus objetivos. E essa evolução vem de alguns anos, já. A constituição física dos atletas da maioria dos esportes de alto rendimento vem mudando a cada “ciclo”, devido a essa preparação física. Menor percentual de gordura corporal, maior definição muscular, mais força, e isso é resultado de uma mudança global na metodologia de como se trata o esporte profissional.

Adaptação

A primeira pergunta que é feita quando se pensa nessa evolução da forma como se trata o esporte profissional é se isso é bom ou ruim. Muita gente diz que a preparação física nas artes marciais tornou as disputas “feias”, baseadas muito na força física, fazendo com que a técnica seja deixada de lado. Quem acompanha as disputas das principais artes marciais competitivas, que são hoje o judô, o Jiu-Jitsu e o MMA, vê que isso não é totalmente verdade. Preparação física serve para que os competidores tenham uma condição melhor de enfrentar-se um ao outro, sem que haja um grande desgaste. Já foi o tempo que víamos determinadas categorias de peso (salvo ainda algumas exceções) serem taxadas como “a categoria dos gordinhos”, como o peso pesado do MMA, por exemplo. A preparação destes atletas, me referindo aos pesos pesados, é tão ou até mais intensa do que a de um peso mosca, que são atletas de até 57kg. E a excelência destes atletas é levada ao extremo nas lutas, assim como nas disputas de Judô e Jiu-Jitsu. É claro que, se houver uma disputa, em qualquer faixa de pesos (nas artes marciais há divisões de pesos, com mínimo é máximo em cada categoria), entre um atleta com nível técnico alto e bem preparado fisicamente e outro, de mesmo nível técnico e sem nenhum preparo físico, o primeiro teria certa vantagem. Isso levou a que todos os atletas procurassem uma melhoria física, se adaptando à exigência da prática.

Condicionamento físico é primordial

Talvez isso mude novamente com o tempo, ou não. Mas hoje o ambiente esportivo faz com que tenhamos uma boa preparação física, para que possamos ter também um bom rendimento técnico, inclusive naqueles esportes praticados… …De Dentro do Tatame. Um bom sábado a todos, e lembrem-se: FIQUE EM CASA.

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