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DE DENTRO DO TATAME: Saudade

Já estamos há mais de três meses longe de nossas atividades, sem praticar nossas artes marciais, e começa a bater aquela nostalgia de tudo o que a nossa rotina de treinos nos propiciava. E como essa rotina faz falta, principalmente quando se trata de atividades físicas, tanto para a parte corporal quanto para a parte mental e psicológica. Nos primeiros dias em que não foi possível que praticássemos nossas atividades normais de treino, vi e ouvi muitos atletas se sentindo felizes, pois teriam “uma folga” na dura rotina que nós temos, de treinamentos físicos, treinamentos técnicos, dietas pré-competição e tudo mais. Mas toda essa felicidade “foi embora” logo, quando se percebeu a gravidade da situação e que ela não se resolveria logo e de forma tão fácil.

Sobriedade

Hoje estamos vendo (já comentei isso na coluna, há alguma semanas) algo inédito pra nós, desta geração (digo, desta e da anterior). Esse isolamento imposto por uma pandemia mundial, principalmente na era da “instantaneidade”, onde tudo que é informação anda e se propaga em uma velocidade absurda, era algo impensável há alguns poucos meses. Jamais um praticante de arte marcial, que ao final do ano passado estava se programando para os desafios que estavam por vir em 2020 (competições, viagens, exames de graduação, etc), iria imaginar que em pleno mês de junho, estaria em casa, no máximo assistindo algumas “aulas virtuais” e deixando de praticar o esporte que tanto ama. Mesmo assim, nos devemos manter, principalmente, saudáveis mentalmente para que quando isso tudo passar (e vai passar, desde que tomemos as medidas e orientações dos órgãos competentes) estejamos prontos e com ainda mais vontade para que tudo siga o seu curso normal.

Aprendizado

Claro que tudo isso que está acontecendo, por mais “pesado” e preocupante que seja, tem algo a nos ensinar, como sempre. Seja na parte técnica, como na parte emocional e também na parte humana. Mais do que nunca estamos (salvo algumas pouquíssimas exceções) tendo muito mais empatia e sabendo nos colocar no lugar do próximo. Tudo isso veio nos mostrar que o mais importante de tudo, dentro da prática da arte marcial é o companheirismo, pois é o que mais nos faz falta nesse isolamento que estamos passando e sofrendo. Independentemente de se tu estás conseguindo praticar a tua modalidade em casa, virtualmente, ou mesmo sozinho, sempre faltam nossos colegas, com os quais é praticamente impossível aprender algo novo a cada treino. Até nossos “colegas” adversários de competição nos estão fazendo falta, porque aprendemos com eles também. Nossas academias e nossos dojôs, além de lugar de treino, também sempre foram lugar de amizade, companheirismo e aprendizado. E esse isolamento está nos mostrando que isso vale muito… …ou é o que vale de verdade.

Torcida

Mas, como “nem todo o mal sempre dura…” tenho certeza de que isso mais cedo ou mais tarde, vai passar (torcendo sempre que seja o mais breve possível), que logo tudo isso não vai passar de assunto para uma conversa pós-treino, e que verei meus atletas reclamando que o treino está muito pesado, que estão cansados ou que está muito calor (ou muito frio) pra treinar. Mas podem ter certeza que todos nós estaremos muito felizes… …De Dentro do Tatame. Cuidem-se, usem máscara, só saiam de casa para o necessário, respeitem as orientações e, na medida de possível, um bom sábado a todos.

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