Na última segunda-feira (30) ocorreu a eleição da nova mesa diretora da Câmara de Vereadores de Rosário do Sul. Com sete votos a seis, Cristiano Rodrigues (PP) foi eleito presidente para a gestão 2020. A chapa é composta pelos vereadores Leonardo Vargas “Nico” (PTB), como vice-presidente, e Catarina Vasconcellos (PPS), como secretária. Também concorreram à mesa diretora a chapa composta por Álvaro Gonçalves (PR) como presidente, Elisandro Paz (PP) como vice-presidente e Glei Pacheco (PDT) como secretário.

Aos 29 anos, Rodrigues está em seu primeiro mandato no Poder Legislativo. Ele foi eleito em 2016 com 779 votos, sendo o quarto candidato mais votado do município e o mais novo a ocupar uma cadeira na Casa. A Gazeta entrevistou o novo presidente, que falou sobre sua expectativa para exercer o cargo e destacou seus objetivos na política.

Gazeta de Rosário: Qual o principal desafio em assumir o cargo de presidente?

Cristiano Rodrigues: O desafio é imenso, as dificuldades que aparecem também são grandiosas, mas creio que com determinação e muito esforço nós teremos um equilíbrio de atender às necessidades da nossa comunidade.

GR: Quais as expectativas para essa gestão?

CR: Creio fielmente que as nossas expectativas, com muito trabalho, serão atendidas. Porque elas são as mesmas que a cidade espera. O Legislativo tem que estar voltado para o bem-estar da comunidade.

GR: O senhor se considera um vereador de oposição ao Governo Municipal?

CR: Eu me elegi com um propósito. Venci nas urnas com uma missão e aquele que se desvirtua do compromisso que fez com a comunidade, se perde do que conversou com ela. Eu sou oposição como vereador, mas também somos chefes de poderes como representantes da cidade. Sempre prezo o respeito, mas reivindicações por mim serão feitas sempre. O que as pessoas me pedem, eu vou atrás em busca de uma resposta.

GR: Qual foi o critério utilizado ao escolher os vereadores para compor a mesa ao seu lado? Levando em consideração oposição ou situação.

CR: O critério que eu usei não é político, de que lado é fulano, de que lado é ciclano, se é Zilase ou não. No meu ponto de vista, em episódios anteriores, o que rachou o desenvolvimento – e a comunidade pagou um preço caro por isso – foram brigas políticas que não servem pra nada, brigas sem fundamento. É diferente de oposição inteligente. A minha chapa tem pessoas as quais eu me relaciono muito bem. Nós podemos, juntos, levar o nome da Câmara adiante com transparência.

GR: Como será a relação com o Poder Executivo?

CR: A relação entre os poderes são independentes entre si, já diz a Constituição. Ressalto aqui: o que for de interesse de Rosário do Sul, sempre nos mostraremos abertos ao diálogo, a ouvir todos suas ponderações. Mas quando tivermos que nos posicionar contra algo que não seja bom para as pessoas, teremos que ter a mesma atitude.

GR: Sendo o vereador mais novo a ocupar uma cadeira na Casa, o senhor vê essa condição como algo que possa atrapalhar, por falta de experiência política, ou pode ajudar, podendo proporcionar um novo olhar para as questões políticas? 

CR: É muito engraçado usar o termo “atrapalhar” por ser o mais novo vereador. Eu acho que as pessoas só ganham postura quando se tem experiência e para ter a experiência, nós temos que começar. Sem oportunidades ninguém consegue adquirir conhecimento. Eu sou sim o mais novo vereador e é por isso que temos o diálogo para ouvir. Jamais vou tomar uma decisão sem ouvir, sem estudar juridicamente e debater, jamais.

GR: O senhor é um vereador que apoia bastante as causas relacionadas à saúde. Para essa gestão, possui projetos e expectativas nessa área?

CR: Acho que o vereador que se diz vereador e ocupa o cargo, tem que estar atento à saúde, à educação e a todos aqueles assuntos que vão do campo até à cidade. Eu, como cidadão, não posso fechar os olhos para nenhum destes segmentos. Quem executa e administra os serviços básicos é o Executivo. Agora, no meu ver, nós podemos fazer muita coisa, discutir e tomar decisões benéficas e decisões que saem de dentro do parlamento.

GR: Como o senhor analisa a situação da saúde de Rosário do Sul?

CR: A saúde do nosso município é muito precária. Existe falta de exames, falta de uma rede de farmácia mais equipada, falta de um atendimento mais amplo… São questões que nós temos que debater juntamente com os vereadores e a prefeita municipal.

GR: Como o Poder Legislativo pode ajudar a saúde do município?

CR: Eu costumo dizer que não basta ter ideia, tem que ter projetos, tem que ter discussão. É importante a gente traçar os projetos e levar para a prefeita o que pode ou não ser colocado em prática. Quando se trata de orçamento, a gente tem que dar muita atenção.

GR: Neste ano de eleição, como vê seu futuro na política? Tem pretensões de se candidatar novamente a vereador ou a outros cargos?

CR: Eu acredito que eleição é a ferramenta mais importante de mudança dentro de uma cidade. Creio que o resultado de uma eleição é a vontade das pessoas. Eu vejo em um cenário de muita disputa e em relação a mim, acho que tenho muito ainda a contribuir.

BIOGRAFIA

Cristiano Rodrigues da Rosa tem 29 anos e é natural de Rosário do Sul. Filho de Cleir Benites da Rosa e Zeni Rodrigues da Rosa, tem uma irmã mais nova, Cristiele Rodrigues da Rosa. Ele é casado com Luana Pacheco da Silva da Rosa, com quem tem o filho Miguel Pacheco Rodrigues.

O novo presidente formou-se no curso superior Bacharelado em Administração. Antes de ser vereador, teve a oportunidade de atuar em várias áreas do mercado, como vendedor, telefonista, auxiliar de loja, bancário, auxiliar-administrativo e produtor rural.

Cristiano entrou na política no pleito de 2016, como vereador, pelo Partido Progressista (PP). Desde então, trabalha na causa de pessoas com deficiência. Neste período, foi autor de projetos de inclusão, onde destaca, dentre eles, a implantação da carteira para autista.

Reportagem: Larissa Hummel / Gazeta de Rosário
Fotos: Renato Moraes / Gazeta de Rosário