O Rio Grande do Sul tem, a partir desta segunda-feira (11), um novo modelo de distanciamento para diminuir o contágio com o novo Coronavírus. O Estado passa agora a ter subdivisão de regiões de acordo com a evolução do contágio. Além disso, o decreto estadual publicado neste sábado (9), determina o uso de máscaras obrigatório.

O RS tem vinte regiões classificadas por cores de bandeiras de acordo com a evolução do contágio do Covid-19 e percentual de ocupação de leitos hospitalares. A cidade de Lajeado, por exemplo, terá regras mais restritivas.

Conforme reportagem do G1, o novo modelo identifica as 20 regiões com uma cor, que define as medidas a serem tomadas para a prevenção do contágio. “Vamos ter um modelo perene que será adaptável a todas as regiões. Onde tiver mais risco, teremos uma bandeira vermelha ou preta. Onde tiver menos risco, bandeira amarela ou laranja”, explica o governador Eduardo Leite (PSDB).

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As cidades da região do Vale do Taquari, onde fica Lajeado, terão regras mais severas devido aos surtos da Covid-19 nesta cidade. As normas valem tanto para estas cidades como para os 37 municípios que têm Lajeado como referência em saúde.

Passo Fundo, no Norte, que esteve em situação semelhante, mudou a classificação na última semana, embora seja a cidade com mais mortes por Covid-19 no RS, superando, inclusive, Porto Alegre. “A bandeira final é uma média ponderada dos indicadores. A velocidade de crescimento e número de hospitalizados em Passo Fundo diminuiu. Não quer dizer que a incidência não seja alta, mas diminuiu. E o número de óbitos para número de habitantes também caiu em duas semanas. Isso fez com que mudasse para a bandeira laranja”, explica Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão.

As regiões levam o nome da cidade mais populosa no mapeamento. Por exemplo, Rosário do Sul está incluído no agrupamento R03, com cidade de referência Uruguaiana, cuja região está com a cor amarela.

O que determina as cores, de acordo com a secretária do Planejamento, Leany Lemos, são 11 indicadores de propagação do coronavírus e a capacidade do sistema de saúde para atender a esses pacientes. Eles serão revisados todo sábado.

Porém, ela destaca que para retornar de uma bandeira mais restritiva para outra mais branda é preciso avaliar por duas semanas o avanço do contágio e a ocupação dos leitos hospitalares. “Se avança numa velocidade que tem capacidade de resposta, não tem problema. Mas se avança a ponto de deixar pressionado, sem UTI, sem respirador, tem que mudar o comportamento. Estudamos os setores econômicos para saber o que tem mais e menos risco, em quais estão mais ou menos expostas, e por isso os diferentes setores vão se adaptando”, diz Leany.

Ainda sem contabilizar mais uma morte em Passo Fundo elevando para 18, contra 17 de Porto Alegre, o RS possuia até às 16h, conforme o Governo, 2.576 pessoas confirmadas com Covid 19 e 100 óbitos. Rosário do Sul possui só um caso de um rosariense que teve a doença em outra cidade, mas que já está curado. Da região de Rosário do Sul, Santana do Livramento é a cidade com mais casos (22), tendo na sequência Quaraí com oficialmente 8 casos e dois óbitos.

Máscaras obrigatórias

O uso de máscara é obrigatório independente da cor da bandeira de cada uma das regiões do RS. O distanciamento das pessoas e higienização das superfícies e teto de ocupação dos ambientes também são obrigatórios.

Quanto às máscaras, agora é obrigatório usar nas ruas e ambientes em todo o RS. “Sabemos que tem dificuldade de fiscalização. Mas, da mesma forma que não conseguimos fiscalizar se fumam ou não em ambientes fechados, confiamos na sociedade como fiscal para que tenhamos um novo comportamento necessário neste momento”, afirma Leite.

Ainda na segunda-feira, alguns rosarienses transitavam pela rua sem conhecer o decreto e não utilizando as máscaras. Não existia nenhuma punibilidade para quem descumprir a medida.