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Hospital de Rosário suspende realização de cirurgias eletivas por falta de medicamentos

O Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora (HCNSA) suspendeu as cirurgias eletivas na instituição pelos próximos dias. A entidade divulgou nota nesta terça-feira (29), informando sobre a decisão. Segundo a provedoria, a medida se dá em função da falta de medicamentos e insumos na instituição, em decorrência da paralisação nacional dos caminhoneiros.

Conforme a nota enviada à imprensa, os materiais necessários para a realização das cirurgias não estão chegando ao HCNSA. A paralisação dos caminhoneiros já dura nove dias. Na nota, a instituição afirma não discutir a legalidade da greve e pede compreensão à comunidade.

“A partir de hoje [terça-feira] serão suspensas as cirurgias eletivas e só serão realizadas as cirurgias de Urgência. Os atendimentos no Pronto Socorro serão somente os de Urgência e Emergência, as consultas serão encaminhadas aos Postos de Saúde”, é afirmado no texto, assinado pelo provedor Paulo Fernandes. Por fim, é solicitado que as pessoas se dirijam diretamente aos Postos de Saúde.

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Em conversa com a reportagem da Gazeta, o provedor Fernandes explicou que dois caminhões que traziam estes materiais para o município estariam parados nas estradas. “Eles são carga mista, então eles não deixam passar. Só deixam quando for caminhão que traz só medicamentos, mas isso é difícil”, comentou Fernandes.

Os medicamentos e insumos que faltam no HCNSA começaram a acabar ainda na quarta-feira da semana passada, dia 23 de maio. De acordo com Fernandes, esses materiais não são armazenados em grande quantidade no estoque. Segundo ele, à medida que faltam, são comprados. “Medicação não vale a pena tu teres em estoque. Nós temos disponibilidade de comprar todo dia e aos poucos. A gente tem sempre medicação nova e sem perigo de vencer”, explicou.

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Para enfrentar a situação, a provedoria do hospital solicitou ajuda do Exército. Os militares devem auxiliar no transporte dos medicamentos de Santa Cruz do Sul até Rosário. “Nós fizemos o pedido e o caminhão do Exército vai buscar pra nós”, destacou Fernandes.

No entanto, mesmo com a liberação do transporte dos medicamentos, a quantidade que deve chegar ao hospital da cidade não duraria muito tempo. O provedor afirma que os produtos devem suprir as demandas de três a quatro dias de atendimentos. De acordo com Fernandes, a normalização dos serviços oferecidos pela instituição ainda deve demorar.

“Tudo que for eletivo, que dá para deixar para depois, que a população se mantenha não procurando atendimento, pois nos ajuda. A não ser em casos de urgência e emergência”, concluiu o provedor do hospital.

Leia a íntegra da nota do HCNSA enviada à imprensa:

“O Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora, pede a compreensão da Comunidade, que em devido a Greve instalada no País, a qual não discutiu sua legalidade, está ocasionando a falta de Medicamentos e Insumos para o Hospital. A partir de hoje serão suspensas as cirurgias eletivas e só serão realizadas as cirurgias de Urgência.

Os atendimentos no Pronto Socorro serão somente os de Urgência e Emergência, as Consultas serão encaminhadas aos Postos de Saúde.

Solicitamos que as pessoas se dirijam diretamente aos Postos de Saúde.

Desde já agradecemos a compreensão da Comunidade.

Rosário do Sul, 29 de maio de 2018

Paulo Fernando Siqueira Fernandes

Provedor”

No Rio Grande do Sul, mais hospitais atendem somente urgência e emergência

Em Porto Alegre, cinco hospitais também suspenderam atendimentos eletivos e passaram a priorizar casos de urgência e emergência. Além destes, outras nove casas de saúde estão em alerta. Essas, garantem a realização de procedimentos somente até esta quarta-feira (30).

Outras instituições da rede da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul suspenderam parte dos atendimentos eletivos. Conforme nota da entidade, o objetivo é racionar materiais e medicamentos, em razão da dificuldade para o recebimento dos mesmos. Oito hospitais, incluindo o de Rosário do Sul, enfrentam as situações mais críticas, segundo a Federação.

De acordo com a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul), outras sete instituições relataram transtornos e restrições no atendimento pelo estado.

Reportagem: Dyuli Soares / Gazeta de Rosário
Foto em destaque: Renato Moraes / Gazeta de Rosário

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