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Jogo de xadrez como opção de interação e sociabilidade

Entre as ações para comemorar os 40 anos da Escola Estadual Padre José de Anchieta, a instituição promoveu um reencontro com o ex-aluno e jogador de xadrez, Patrick Rodrigues.  A interação se deu por meio de um jogo de xadrez simultâneo que envolveu ele e 24 alunos nesta segunda-feira (31). Anos antes, na mesma escola, Rodrigues aprendia o jogo que o auxiliaria a controlar a hiperatividade e descobrir seu talento.

Há cerca de 20 anos, os professores de Educação Física Deoclécio da Silva Nunes, e de Matemática Milton Guimarães deram início à prática na escola. Desde então, os tabuleiros e as peças fazem parte da rotina do educandário.

Na segunda, quem entrasse no Anchieta avistava várias classes com 24 tabuleiros. Todos os alunos do Ensino Fundamental participaram da atividade. A ideia foi uma iniciativa da direção e da professora de Matemática, Lidiane Garcia Bressan. A professora, que também foi aluna do Anchieta, relembra que o professor de Educação Física trazia o jogo para aqueles alunos que não gostavam de praticar esportes. “Estudei na década de 1990 e ele trazia para a sala de esportes o jogo”, conta.

No clube onde atua, em Caxias, Rodrigues dá aulas gratuitas de segunda a sexta-feira. Foto: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

Rodrigues já desenvolve um projeto de xadrez simultâneo com cerca de 30 alunos, em Caxias do Sul, cidade onde reside atualmente. “Além de celebrar a formação da escola, temos ele como um ex-aluno que pode ser um exemplo para os jovens”, explica Bressan. Para ela, o xadrez é uma alternativa de estratégia de ensino já requisitada, espontaneamente, pelos alunos.

A professora conta que, neste ano, eles organizaram um tabuleiro humano com os alunos. Os jovens eram as peças e a composição das casas formava um plano cartesiano – matéria que será estudada dentro da Matemática. Segundo a professora, o jogo auxilia na concentração e os próprios alunos já pedem pelo xadrez. “Cada vez que a gente termina uma atividade, os próprios alunos pedem para que o jogo de xadrez venha para a sala para que eles sigam jogando”, conta.

Os alunos começam a ter acesso ao jogo a partir do 5º ano. Em 2018, a escola pretende ampliar a prática, uma vez que melhora o desempenho dos jovens. “Tem alunos com dificuldade de comunicação e sociabilidade. Dentro do xadrez eles se desenvolvem, conseguem conversar melhor, integrar mais a turma não só por disciplinas, mas pelo xadrez”, analisa a professora.

Alunos aprendem e se transformam em professores de iniciantes

A primeira turma do projeto de xadrez foi a do 6º ano. Iruan Ramos Pires, de 14 anos, foi um dos primeiros alunos. Hoje, ele está no 9º ano e é professor dos alunos do 5º e 6º ano. “Com o xadrez tu pensa mais, tem mais concentração. No jogo, tu aprende que tem que pensar uma coisa antes de fazer. Tem que pensar para ver se vai dar ou não”, explica o aluno, que já é auxiliar do projeto na escola.

Da prática na escola para o ensinamento na vida

O jogador e ex-aluno do Anchieta, Patrick Rodrigues, de 28 anos, conta que começou a jogar xadrez com os professores Nunes e Guimarães. Além disso, a atividade ajudou a controlar a sua hiperatividade. Há 14 anos jogando, ele participa de campeonatos e ensina crianças. “Hoje sou mais focado no trabalho e no dia-a-dia. Melhorei como pessoa. Agreguei cultura e conhecimento. Não jogo xadrez por dinheiro e sim porque amo o esporte e ajudo crianças que vão crescer e evoluir com ele (xadrez)”, destaca.

Ele e um amigo auxiliam um projeto social com cerca de 90 crianças. No clube onde atua, em Caxias, Rodrigues dá aulas gratuitas de segunda a sexta-feira. “Praticar o esporte ajuda na lógica, na matemática, na concentração e é parte de nossa evolução pessoal”, conclui o enxadrista.

Reportagem e fotos: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

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