As margens do rio Santa Maria receberão um projeto piloto de restauração de áreas degradadas. A iniciativa faz parte de um projeto criado pelas professoras Carla Nascimento e Vera Lenz, da Escola Municipal Barão do Rio Branco, com recursos e apoio das empresas Granflor e Florestas do Sul. A plantação de mudas de árvores nativas deve ter início nos meses de maio ou junho.
Em entrevista com a professora Carla, ela conta que a ideia do projeto surgiu a partir de uma formação promovida pela empresa Granflor. O curso abordava temas sobre restauração de áreas degradadas e elas tiveram a ideia de restaurar parte da Praia das Areias Brancas. “Fizemos o projeto não esperando ter a repercussão que teve. Ano passado o Leandro entrou em contato conosco e disse que o nosso trabalho havia sido selecionado para entrar em prática”, conta a professora. Leandro Chisté Pinto é o biólogo da empresa Sustenta Consultoria Ambiental, que presta consultoria ambiental para as empresas Granflor e Florestas do Sul.
Leia mais notícias da editoria Cidade
No início o projeto tinha a ideia de convidar todas as escolas da rede municipal, sendo que cada uma ficaria responsável por parte da margem do rio a ser restaurada. No entanto, o biólogo e as professores perceberam que seria uma área muito grande para trabalhar com os alunos. Além disso, não haviam mudas das árvores nativas suficientes disponíveis na região. Foi então que o projeto expandiu e surgiu a ideia de criar um viveiro para cultivar as mudas e poder realizar o reflorestamento não só naquela área, mas também de outras porções do Pampa que estão degradas. Com o recurso do projeto foi feita uma reforma de um pavilhão desativado devido a um temporal, na Escola Agrícola de Rosário do Sul, e agora o local transformou-se em um viveiro laboratório para o projeto. “A ideia é tornar o viveiro uma referência para a região poder buscar plantas nativas aqui (…). Os alunos vão produzir mais mudas e vão levar para a escola agrícola”, explicou Carla. O viveiro já conta com 130 mudas, adquiridas pela Granflor.
“Os alunos vão passar isso para as gerações futuras, se a gente não cuidar do meio ambiente hoje, daqui a pouco não vamos ter mais árvores e rios”, disse a professora sobre a importância de realizar o projeto.
Em entrevista à Gazeta, Leandro contou que o bioma pampa se constitui por ecossistemas muito antigos e possui diversidade espetacular em fauna e flora. Por isso a preocupação em realizar formações que abordem a restauração de ambientes degradas do bioma pampa. “Entre vários projetos, esse foi o que nos saltou aos olhos por conta do Rio Santa Maria, que é bem importante, então fomos visitar o leito do rio e vimos que tem muitas áreas degradadas. Como as matas também servem para regular os recursos hídricos evitando ações de erosão que por sua vez acabam por destruir as barrancas e comprometem até a segurança das cidades, achamos que seria um bom exemplo de um primeiro passo”, explicou o biólogo sobre a escolha do projeto das professoras rosarienses.
Reportagem: Larissa Hummel / Gazeta de Rosário
Fotos: Divulgação