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Morre o tradicionalista Glenio Daison Gularte da Silva, fundador do Adaga Velha

O movimento tradicionalista de Rosário do Sul perdeu na manhã de segunda-feira (14) um de seus ícones. Glenio Daison Gularte da Silva faleceu aos 65 anos, com uma trajetória que se confunde com toda a história do CTG Adaga Velha Oliveiro Thaddeo. As cerimônias fúnebres tiveram homenagens de todas as entidades tradicionalistas do município, no velório que ocorreu na sede do Centro de Tradições Gaúchas (CTG).

Glenio realizava tratamento de saúde desde abril de 2017 quando foi diagnosticado com um tumor no pâncreas. Ele passou por procedimento cirúrgico e fazia quimioterapia, mas acabou falecendo no Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora (HCNSA), às 8h15 da manhã de segunda-feira.

O tradicionalista também marcou sua passagem no Exército Brasileiro. Alistou-se e serviu como soldado, passando a cabo e posteriormente a sargento temporário no 4º Regimento de Carros de Combate (RCC), onde passou no curso de Sargento da Escola de Sargentos das Armas (ESA).

Após formado, ele retornou ao quartel em Rosário do Sul, onde serviu por 22 anos. Já Subtenente, buscou transferência para o Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBSB). Nesta unidade, já como Capitão, assumiu o cargo de Sub-Comandante.

Velório do ex-patrão foi realizado na sede do CTG Adaga Velha

Naquela época, como neto mais velho de Dinarte Gularte, recebeu de sua avó, uma adaga usada pelo avô, que combateu ao lado de Honório Lemes na revolução de 1923. A arma branca serviu de inspiração para o nome do Piquete de Tradições Gaúchas (PTG) Adaga Velha, fundado por Glenio Daison e amigos tradicionalistas em 22 de julho de 1981. Ele foi o patrão do PTG por muitos anos, até a entidade ser promovida a CTG em 12 de julho de 1995.

A entidade se tornou uma das principais da região e pioneira no estado em desfiles temáticos no 20 de setembro. Dener Sasso da Silva, filho de Glenio, conta que o pai, que também era declamador, levava um quadro temático em todos os desfiles, pesquisado por ele, com temas distintos. Assim, o próprio Movimento Tradicionalista Gaúcho realizou estudo da entidade. “Ele sempre participava com a equipe de amigos e colegas, estava sempre na liderança”, destacou Dener.

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Glenio também foi fundamental para que o Adaga Velha tivesse sua sede própria, adquirida por ele junto ao antigo Clube de Caça e Pesca. Além da sede, também foi um dos principais responsáveis pela criação da pista de rodeios da entidade.

Um dos companheiros da vida tradicionalista, o atual patrão da entidade, Everton Barreto, destacou a história do amigo. “O Daison era um esteio para nós. Era o homem que para qualquer coisa, tanto eu como patrão como os outros, precisávamos, era ele que ia nos dar a mão. Um homem que conhecia muito a parte tradicional. Ele será nosso eterno patrão, o patrão dos patrões. Temos um respeito muito grande pela memória dele”, definiu Barreto.

Sua partida comoveu familiares, amigos, tradicionalistas e pessoas conhecidas do município e de outras cidades, onde solidificou amizades de décadas, tanto na vida pessoal, militar e tradicionalista. Patrões e representantes de CTGs e PTGs, além do Movimento Tradicionalista local, se fizeram presentes na despedida, que contou com vários cavalarianos.

Sócio-fundador e ex-patrão do Adaga Velha, Glenio Daison dedicou a vida à família, ao Exército e ao tradicionalismo

No cortejo fúnebre, o cavalo usado por Daison estava encilhado e foi levado por seu cuidador. Em cima do pelego do animal, a bandeira do CTG Adaga Velha. O sepultamento foi realizado no Cemitério São Sebastião, às 16h30 da segunda-feira.

Nas redes sociais, a própria entidade divulgou uma nota de pesar. “Que o patrão velho te receba de braços abertos e com um chimarrão pronto para uma linda prosa. E que lá de cima nos guardem para seguirmos em frente. Descanse em paz amigo”.

O ex-patrão do CTG, Mário Nei Brondani, também lamentou a perda. “E lá se vai um grande homem. Vai para a morada do pai. Eu e minha família estamos muito tristes e com certeza todos os tradicionalistas de Rosário e região”.

O oficial da reserva e tradicionalista deixa a esposa Vera Fátima Sasso da Silva, e os filhos, o Major do Exército Ederson Sasso da Silva, Dener Sasso da Silva – gerente do Banrisul, além da odontóloga Sabrina Sasso da Silva, e dois netos.

Reportagem: Julio Lemos / Gazeta de Rosário
Foto: Thiago Lima / Gazeta de Rosário
Reprodução / Facebook

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