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Passado e presente da música gauchesca em Rosário do Sul

Novos e antigos participantes se unem em um só ambiente de nativismo

 

Mais de três décadas gauderiando no Parque de Exposição

 

A Gauderiada da Canção Gaúcha completou seus 31 anos de realização. Com o passar do tempo algumas coisas mudaram, novidades chegaram, os tempos evoluíram. No entanto, o nativismo segue o mesmo, bem como os gaudérios que esperam o ano inteiro para, em janeiro, montar sua barraca no Parque de Exposição Ananias Vasconcelos e prestigiar a música gauchesca.

Everton Oliveira de Araújo é uma dessas pessoas. Ele participo da Gauderiada desde o começo e se diz um apaixonado pelas origens. “Conhecemos Passarinho, Gaúcho da Fronteira, Dante Ramon Ledesma e todo esse povo. Já criamos músicas inclusive e concorremos. Já parei, mas continuo prestigiando. Sempre acampamos no mesmo lugar, no mesmo terreno. Pra gente é um momento único”, conta ele, emocionado.

Sua esposa, Rose, ainda revela que até um mascote foi feito com os amigos. É um boneco chamado Rodrigo, que todos os anos os acompanha, chamando a atenção todo mundo que passa. “Várias pessoas param para tirar foto. É uma diversão”, diz Rose.

Everton de Araújo diz freqüentar e acampar na Gauderiada desde a primeira edição. Foto Darciani Centa
A esposa Rose posa ao lado do boneco Rodrigo, mascote do grupo de amigos. Foto Darciani Centa

Muitos quilômetros de distância pela mesma paixão

 

E se engana quem pensa que o festival mais tradicional de Rosário do Sul só atrai a comunidade local e da região. Pessoas vem de toda a parte do Rio Grande do Sul e até Brasil. Viviane Peruzo e Cristiano Ramires são exemplos disso. Eles vieram direto da cidade de Canoas, na região Metropolitana de Porto Alegre, para prestigiar a festa gauchesca.

“É a primeira vez que participamos e estou achando tudo muito legal e diferente. Estamos acostumados a ir no Parque Harmonia, em Porto Alegre, mas é muito diferente. Lá tem os galpões e aqui é tudo com barracas, tudo muito típico”, analisa Viviane.

Já Cristiano fala que o acolhimento também é diferenciado. “Achei muito diferente o pessoal trazer suas cadeiras de praia para sentar e tomar chimarrão. Em Porto Alegre tu não vê isso. Aqui as famílias se reúnem muito mais do que lá”, completa Viviane.

Viviane e Cristiano viajaram de Canoas até Rosário para conhecer o festival: aprovaram. Foto Darciani Centa

Palavra da organização:

 

Dizer que Rosário do Sul nunca mais foi ou será o mesmo a cada janeiro é a mais pura verdade. Desde o ano de 1983, todos nós – rosarienses, cidades vizinhas, estado do Rio Grande do Sul, amigos do Uruguai e da Argentina – sabemos que um grande evento veio para modificar para sempre o mês mais quente e mais gaudério do calendário.
Há 31 janeiros, a Gauderiada da Canção Gaúcha nasceu e aqui se estabeleceu, trazendo alegria, companheirismo, tertúlia, muitas músicas bonitas, inúmeros talentos entre letristas, músicos, intérpretes mirins, juvenis e adultos. E, o melhor, a cada ano se fortalece, haja vista as mais de 600 canções inscritas para esta edição.
Mas a Gauderiada não revela só artistas, revela também a dedicação dos inúmeros abnegados que, a cada ano tudo fazem para que ela aconteça cada vez melhor. Para isto, unem-se poder público, empresas patrocinadoras e gente anônima, cada um trazendo a sua colaboração.

Lenço distribuído pelo Formigueiro da Fraternidade como lembrança da primeira Gauderiada, em 1983. Foto Divulgação