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Protesto pede justiça para caso de agressão e homofobia em Rosário do Sul

Uma manifestação exigindo justiça para um caso de agressão e homofobia foi realizada em Rosário do Sul na última sexta-feira, 09. O protesto aconteceu após um caso ocorrido no dia anterior, envolvendo dois menores e uma maior de idade, que também teria sido vítima de homofobia.

O fato teria ocorrido por volta das 18h, em uma oficina localizada na Avenida Coronel Sabino, bairro Planalto. Conforme relato de um dos envolvidos, os jovens comiam nozes que estavam no chão do estabelecimento, quando foram interpelados por um mecânico do local e agredidos.

O trio era formado por uma jovem de 21 anos e dois menores, de 15 e 13. Em publicação nas redes sociais, ela afirma que o homem teria proferido ofensas de cunho homofóbico no momento das agressões. “Apanhei por causa de cinco nozes, que a gente estava roubando, segundo ele. Eu nunca roubei um grão de arroz. Eu disse ‘senhor, desculpa’, e larguei exatamente cinco nozes no chão. Mesmo assim as agressões continuaram. Segundo ele, apanhei como homem, já que me visto como tal”, contou a vítima.

Em áudio que circula nas redes sociais e é atribuído ao mecânico, ele teria confirmado as agressões e a motivação, bem como reforçado os argumentos homofóbicos para a investida violenta contra a jovem envolvida. Na fala, o homem relata que ele e um colega viram o trio no local e constataram que os mesmos estavam furtando, sem especificar o quê. “Fechei o portão. Um fugiu de bicicleta, dei uma ‘trompada’ de moto e trouxe de volta para dentro do pátio. Encerrei eles aqui”, disse. “Agora está a mãe, o defensor de vagabundo, de sem-vergonha, no Facebook me destratando. Não era uma menina, era uma ‘machorrinha’, vestida de homem. Tem que aguentar o tranco”, completou.

A vítima registrou ocorrência policial contra o acusado, a qual a Gazeta não teve acesso. Procurada, a Polícia Civil não divulgou informações sobre o caso. A menina e um dos meninos realizaram exame de corpo de delito.. No dia do protesto pedindo justiça, eles mostraram à reportagem hematomas e escoriações no rosto, que seriam decorrentes das agressões.

Comunidade pede justiça

“Já apanhei por ser lésbica, por amar outra mulher, por ser gente de carne e osso, como todo mundo. Batalho todos os dias, levanto cedo, tenho carteira assinada. Não sou uma ladra. Sempre fui boa aluna, respeitosa, tanto na escola, como com meus colegas de trabalho. Não vou deixar ele me difamar”, diz a vítima. O relato da jovem vítima das agressões e de homofobia ganhou repercussão nas redes sociais, resultando em uma manifestação com pedidos de justiça.

Familiares, colegas e amigos das vítimas levaram cartazes e equipamento de som. Eles caminharam até o local do crime e gritaram palavras de ordem, em protesto pacífico e acompanhado pela Brigada Militar. Na oportunidade, o acusado não se manifestou.

Fotos: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

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