A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. Diz-se que as cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia são um símbolo da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa e um dia após o Carnaval.

Essa é a definição religiosa da data, que é conhecida pela maioria por seu nome, mas por muito poucos por seu significado real. Em Rosário do Sul, infelizmente, neste ano, este dia da semana foi mais cinzento do que de costume, lembrando em muito a reflexão simbólica sobre vida e morte.

Com tantas atrocidades que a população mundial se depara dia após dia, fica o questionamento sobre o real significado dessas duas palavras na concepção de cada um, e quanto elas são valorizadas. Lendo a notícia da página 13 desta edição, sobre uma menina de apenas 18 anos que foi assassinada friamente por seu ex-namorado, quase que se perde as esperanças acerca da justiça, do bom senso, da racionalidade e da compaixão.

Seria o fim de um relacionamento e um coração magoado um motivo cabível para tirar precocemente a vida de uma adolescente e ainda quase vitimar fatalmente a irmã da mesma, ainda mais jovem, com 15 anos, que tentou defendê-la? Talvez este rapaz, também com poucos anos de vivência, 22, acredite que sim. Ou não, e o arrependimento já tenha o atingido. No entanto, isso não traz de volta a filha que a família Serra dos Santos perdeu. Espera-se, contudo, que sirva para que ele responda pelos seus atos perante a lei dos homens. Fato que, lamentavelmente, não aconteceu até então.