Desde o dia oito de janeiro, o município de Rosário do Sul conta com o trabalho da médica Annira Ramona Castro Cuesta, de 35 anos de idade. Ela ocupou a última vaga do programa Mais Médicos, que estava aberta desde novembro do ano passado, com a saída de Cuba do programa.
Annira nasceu na cidade de Matanza, em Cuba. Desde 2014 ela participa do programa atuando no município de São Gabriel. Por possuir o diploma Revalida, ela pôde continuar fazendo parte do programa. No entanto, o edital não permitia que o profissional permanecesse na cidade em que já atuava. Por ser casada com um gabrielense, ela escolheu se inscrever em Rosário do Sul já que é uma cidade próxima.
No dia sete de janeiro, Annira se apresentou na Secretaria Municipal de Saúde e no dia seguinte já começou a trabalhar na Unidade Básica de Saúde do bairro Artidor Ortiz. “O recebimento dos rosarienses foi muito bom, tanto na secretaria como no posto de saúde. Tenho poucos dias trabalhando, mas pelo o que pude apreciar, a população é bem acolhedora e humilde”, disse a médica, em entrevista à Gazeta.
Quanto ao programa Mais Médicos, Annira avalia como uma ação positiva para o país. “Eu acho bom o programa, acho que ajudou muito a saúde do Brasil. Pelo o que via nas notícias, havia comunidades carentes de médicos e graças ao programa a população ficou bem atendida”, disse.
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Sobre a saída de Cuba, a médica analisou ter sido uma atitude normal. “Eu acho que, como todo o contrato, quando uma das partes não está de acordo, se toma uma atitude. Ninguém é obrigado a aceitar as condições do outro. Não achei nada demais, é uma coisa normal que acontece”, conclui.
A médica agradeceu à população rosariense pela acolhida e salientou: “vou dar o melhor de mim enquanto estiver aqui”.
Em Rosário do Sul, duas vagas estiveram disponíveis para a substituição dos médicos cubanos que atuavam no município. A primeira vaga foi preenchida dia 10 de dezembro pelo rosariense Alexandre Raymundo Cunha, de 28 anos de idade. Ele está atuando na Estratégia de Saúde da Família 4 (ESF-4), localizada do bairro Ana Luiza.
Relembre o caso
Após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o qual questionava a preparação dos especialistas cubanos, o governo de Cuba anunciou, dia 14 de novembro de 2018, que não faria mais parte do programa. O convênio com o governo cubano é feito entre Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Foram ofertadas 8.517 vagas para atuação em 2.824 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Para o Rio Grande do Sul, foram oferecidas 630 vagas.
Conforme informações do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Revalida reconhece os diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem atuar no Brasil.O Exame é feito tanto por estrangeiros formados em medicina fora do Brasil, quanto por brasileiros que se graduaram em outro país e querem exercer a profissão em seu país de origem.
Fotos: Renato Moraes / Gazeta de Rosário
