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Sindisaúde busca direitos dos trabalhadores em Rosário do Sul

Há pouco mais de dois meses o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Rosário do Sul (Sindisaúde Rosul) conta com nova diretoria. O rosariense Márcio Santana, 42 anos, técnico em enfermagem há 11 anos no Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora (HCNSA) está à frente da entidade.

Em entrevista à Gazeta, ele falou sobre os objetivos pelos quais pretende lutar. Segundo Santana, o Sindicato possui muitas dificuldades, principalmente em termos de déficit financeiro e na parte organizacional, questões nas quais a nova equipe ainda está trabalhando. A partir daí, a intenção é ser bastante atuante. “Todas as questões que chegarem a nós, não vamos varrer pra baixo do tapete e esquecer. Nós vamos levar ao gestor [do hospital] e à administração [municipal] pra buscar, sempre com um diálogo questionador, um retorno e soluções”, declarou o presidente.

Como novidade, Santana almeja uma aproximação com a Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (FEESSERS). “Isso vai nos fortalecer, nos trazer bastante conhecimento para que nós possamos pautar os nossos direitos”, disse o presidente. O Sindicado também pretende estabelecer proximidade com o Legislativo municipal, “para que eles fiquem cientes das dificuldades e ajudem da forma que for possível”.

Outra parceria ressaltada é com os conveniados. “Queremos ter uma relação de respeito e credibilidade com eles, mas pra isso é imprescindível o repasse dos pagamentos dos convênios”, afirmou ele, referindo-se ao valor que é descontado da folha salarial dos funcionários para quitar as despesas do convênio, mas que tem sido repassado em atraso pelo hospital para o Sindicato. Em dezembro, segundo Santana, o atraso ainda é de 50% do valor total.

A nova diretoria comandará o Sindisaúde pelos próximos três anos e foi eleita com ampla vitória sobre a outra chapa, também nova: 140 votos a 45. A entidade possui, em média, 220 associados em Rosário.

Funcionários reivindicam pagamentos em dia e melhores condições de trabalho. Foto: Renato Moraes/Gazeta de Rosário

Situação dos trabalhadores da saúde em Rosário

O presidente Márcio Santana ressalta a luta em relação ao pagamento do 13º salário dos funcionários. Em dezembro houve atraso por parte do Estado e o valor foi quitado somente na última semana do mês, após um auxílio do município de R$200 para cada funcionário e um empréstimo feito pelo HCNSA. “Em nenhum momento a classe esmoreceu e deixou de passar o seu trabalho aos pacientes que estão no hospital. A gente tem um quadro de funcionários muito comprometido com isso. Eles têm esse momento de tristeza em relação ao pagamento, mas não transmitem isso para os pacientes”, disse Santana.

O técnico em enfermagem também cita o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FTGS), que segundo ele não tem sido repassado na sua integralidade aos funcionários. Ele salienta que o problema acontece há cerca de dez anos. “Nós sabemos toda a dificuldade que circunda o cenário nacional e regional, mas nós não vamos deixar de cobrar uma solução, porque isso é um direito constitucional adquirido”, afirmou.

O repasse dos salários será outra luta travada pelo Sindicato, conforme Santana, além do direito de férias. “A gente acredita que não precisa aguardar o governo fazer o repasse, isso é uma questão de organização, de previsão orçamentária, de formar um fundo para que as férias dos funcionários sejam pagas”, analisou ele, informando que já houve tratativas com a administração do hospital nesse sentido. “É um problema antigo. Nós enquanto sindicato, vamos ter erros, derrotas, isso é inevitável. Mas vamos ser muito atuantes e questionadores, não vamos recuar até buscarmos essas soluções”.

Busca por melhorias começam a dar resultados

Segundo o presidente Márcio Santana, existe um déficit de uniformes do HCNSA para a área de enfermagem. “Se a empresa exige isso dos funcionários, ela tem que fornecer”, disse. Ele informa que após reunião com a administração do hospital foi acordado que um levantamento será feito pela Comissão de Humanização para que cerca de 90 jalecos novos sejam concedidos aos enfermeiros e técnicos.

Outra questão de melhoria é o repouso dos funcionários da noite. Santana informa que a carga horária é de 12 horas. “Nesse período, a gente tem duas horas de intervalo. Dentro do hospital existe um local onde fazemos esse descanso, mas atualmente têm determinados setores em que esse repouso não é muito adequado”, informou ele, citando como exemplo alguns lugares sem ventilação ou aberturas, o que causaria grande incômodo, principalmente devido ao calor do verão.

Nesse sentido, Santana celebra um avanço nas tratativas com a administração do hospital, que já tomou providências para melhorias nas condições de repouso dos funcionários. A Unidade 1, que não possuía ventilação, ganhou ar-condicionado e deve ser pintada posteriormente. Outro local de descanso era o ambulatório, onde os trabalhadores dormiam em uma maca e em meio ao barulho da recepção. Agora, existe outra sala, com cama e ar-condicionado para ser usada para esse fim.

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