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Traumatologia do hospital terá custos divididos entre a instituição e o município

Foi assinado nesta quarta-feira (18), o novo contrato de prestação de serviços de traumatologia e ortopedia do Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora (HCNSA). Ficou acordado entre provedoria e médicos que o período de atendimento diário continue sendo de 24 horas de plantão, porém, o valor destinado ao serviço será dividido entre a instituição e a prefeitura. Nos últimos dois anos, o município estava arcando com a totalidade das despesas.

O novo contrato tem validade até o dia 31 de dezembro deste ano. Conforme o médico traumatologista, Nilo Antonio Santos, o acordo prevê vínculo direto dos profissionais com o hospital, sem nenhuma referência a prefeitura, mesmo que metade do valor venha destinado pelo município. “O senhor Paulo Fernandes garantiu o atendimento das 24 horas, onde o contrato dele é com a prefeitura (…), e o hospital, tem o contrato com os traumatos de 24 horas”, explicou o médico.

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O montante destinado ao pagamento dos serviços de traumatologia e ortopedia no HCNSA era integralmente de responsabilidade do município até a sexta-feira passada (13). Cerca de um mês antes disso, um memorando assinado pelo secretário municipal de Saúde, Marcio Valles, datado de 19 de junho, solicitava a redução da carga horária dos médicos destas especialidades, de 24h para 12h diárias. De acordo com o documento, a redução estaria baseada na “atual situação financeira do município”.

Custos de atendimento de traumatologia e ortopedia somam cerca de R$ 40 mil mensais

A aprovação da mudança na prestação dos serviços, no entanto, deveria ser aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, que rejeitou o novo contrato de 12 horas. Conforme o presidente do Sindisaúde, Marcio Santana, que integra o Conselho, não foi apresentado nenhum documento confirmando que os médicos aceitariam o novo horário ou a especificação de como os pacientes seriam atendidos no período em que não houvesse o plantão de traumatologia.

Santana ainda afirmou que a possível mudança causava apreensão. “Como funcionário do hospital, demonstro preocupação por não ter contrato com esta importante especialidade para nossa cidade desde o dia 12 de julho. Mas estou confiante que nossos munícipes não merecem, nem ficarão sem este vital atendimento. Seria de um grave risco à saúde da comunidade”, declarou, em contato com a Gazeta.

O provedor do HCNSA, Paulo Fernandes, informou que a traumatologia continua em atendimento 24h por dia, graças à disponibilidade da entidade em arcar com os custos da diferença. “Nós [hospital] cobrindo essas outras 12 horas, vamos ter a tranquilidade que vamos ter sempre um traumatologista à disposição”, acrescentou. Para arcar com metade das despesas do serviço de traumatologia e ortopedia, o hospital de Rosário deve investir em torno de R$ 20 mil reais mensalmente.

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A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a redução se deu em função da crise financeira do município, que havia arcado com essa despesa há dois anos, após a retirada do repasse de verbas do estado para este fim. “A traumatologia está enquadrada em média e alta complexidade, e isso é uma obrigação única e exclusiva do estado, não é do município”, explicou a assessoria. “Se o município não disponibilizasse nem 24h, nem 12h de traumatologia, o único atendimento seria em São Gabriel”.

Ainda conforme o órgão, o convênio que mantinha o hospital de Rosário como referência em traumatologia foi extinto na gestão anterior, o que fez com que o estado passasse o posto para a cidade de São Gabriel. “O município aqui, por entender que não tinha como pelo menos ficar sem um primeiro atendimento fez um convênio por iniciativa própria, com recursos próprios, mas que agora chegou em uma situação de que não se tem condições de arcar com todo esse valor”, explicou a assessoria.

O valor total que era repassado pela prefeitura à instituição de saúde até a alteração no contrato, era de R$ 175 mil reais mensais. Desses, cerca de R$ 40 mil por mês eram destinados para a traumatologia e ortopedia. Com a redução de aproximadamente R$ 20 mil reais que eram utilizados para essas especialidades, o repasse agora passa a ser de R$ 155 mil reais.

Fotos: Renato Moraes / Gazeta de Rosário
Divulgação / Imagem ilustrativa

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