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DE DENTRO DO TATAME: Confira a coluna “Dura realidade”

Começaram na última semana os Jogos Pan Americanos 2019, na cidade de Lima, no Peru. Eu, assistindo e ouvindo algumas entrevistas dos atletas brasileiros que participam da competição, vi uma triste e dura realidade que ainda paira sobre as modalidades de luta e as artes marciais em nosso país, e parece que a coisa está (ao invés de ser ao contrário, com o passar do tempo) piorando a cada dia. A falta de apoio do Poder Público e a falta de patrocínio de empresas privadas são ainda mais preocupantes que em outras épocas, não tão distantes. Hoje, além da redução de verbas destinadas aos esportes de alto rendimento, parece que há um desestímulo de empresas em “investir” nesses tipos de esporte.

Desabafos

Ouvi relatos de alguns atletas de Tae Kwon Do, por exemplo, que venderam doces no sinal e organizaram “vaquinhas” para conseguir dinheiro para poder treinar e custear, do próprio bolso, passagem, hospedagem e alimentação, para poder representar seu país em uma competição transmitida e vista em todo o mundo. Atletas esses, de Seleção Brasileira desta modalidade, em uma competição que vale vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2022. Atletas da ginástica artística, que viram seu clube fechar as portas, por falta de verba, em meio à preparação para tal competição, tendo de “se virar” para não perder o foco e conseguirem, com todo esforço, representar bem o país que tanto amam. Onde o treinador, muitas vezes, tirava também do próprio bolso para que seus atletas tivessem condições de treinar para tal.

No quintal de casa

Agora, pensemos um pouquinho… E, se atletas “de nível” mundial, em uma competição internacional, com todo o aparato de mídia, não conseguem um mísero patrocínio para a alimentação, e tem de “se virar” da forma que podem, para representar o seu país, e não “fazer feio”, imaginem quantos projetos sociais ou academias esportivas passam por inúmeras dificuldades, às vezes para tentar participar de uma competição estadual, na cidade ao lado da sua, sem apoio do Poder Público ou empresarial, e em infinitas vezes deixam de lado a possibilidade de representar sua cidade, sua academia, seu clube, por justamente faltar esse apoio. Ações entre amigos, rifas, risotos, doações… Enfim, são essas as formas tentadas, para que muitas vezes um projeto social, pequeno, mas às vezes o único na cidade, consiga representá-la, mesmo que em nível regional.

Apoio

Um mínimo que se pede, tanto para atletas de alto rendimento, como para atletas de projetos sociais, é que o Poder Público olhe com bons olhos, constatando que a verba disponibilizada para tais não seja contabilizado como um gasto e sim como um investimento. E que os empresários, sejam eles grandes ou pequenos, vejam que aquele pequeno valor em patrocínio destinado a um atleta pode fazer a diferença na vida esportiva dele, talvez sendo o diferencial para que este não desista de sua caminhada dentro do esporte.

Retorno garantido

Aquele atleta que recebeu um pequeno valor, de um empresário local, propiciando a ele a participação em uma competição de pequeno porte, talvez chegue a ser o tão falado atleta de alto rendimento um dia. E ele jamais se esquecerá deste primeiro apoio. Lutamos sempre por isso… De Dentro do Tatame! Um bom sábado a todos!

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