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Mochilas nas costas e pés no chão: uma aventura pela Ásia

Há um ano e meio Larissa Filappi, 26, e Roberto Cagliari Júnior, 39, colocaram suas mochilas nas costas, passaportes nos bolsos e encararam uma jornada pelo outro lado do mundo. O casal de publicitários gaúchos que moravam em São Paulo-SP tinha como objetivo viajar pela Índia e de quebra conhecer outros países da Ásia. Antes disso, passaram cinco meses na Itália.

Natural de Rosário do Sul, Larissa retornou à cidade natal há dois meses, em visita surpresa aos pais Roni e Lucia Helena. Chegou ao município cheia de saudades e histórias para contar.

Entre Rosário e Nova Deli, a capital da Índia, calcula-se uma distância de cerca de 15,5 mil quilômetros. A família e a casa estavam longe, mas os corações sempre próximos. “A gente aprende que saudade não morre de velha, e logo estaríamos de volta. Com as facilidades que a internet possibilita, conseguimos falar todos os dias com os familiares”, disse Larissa, em entrevista à Gazeta.

O ponto de partida foi na histórica Roma-ITA e o destino final foi o Vietnã. Neste caminho, conheceram Espanha, Turquia, Índia, Nepal, Myanmar, Tailândia e Laos. Enquanto isso, o casal relatava suas aventuras no blog This Time Tomorrow Trip. O nome é baseado na música da banda The Kinks, que pergunta “This time tomorrow where will we be?”, “A essa hora amanhã onde vamos estar?”, em tradução livre do inglês.

A rosariense conta que a ideia surgiu em uma conversa de bar. “Começamos a falar sobre o futuro, nós dois estávamos cansados de morar em São Paulo. Três meses depois já contamos para as famílias e começamos a guardar dinheiro. Vendemos tudo que tínhamos também. O blog surgiu para compartilhar as fotos e nossas experiências com os amigos e familiares”, relatou.


Disposição e desconstrução

Para Larissa, o segredo de fazer viagem tão longa com pouco dinheiro é planejamento e um tanto de coragem, “sem frescuras”, segundo suas palavras. “Ficamos cinco meses na Itália, num esquema chamado Wwoof, que basicamente é uma troca: tu trabalha em uma fazenda familiar em troca de comida e hospedagem. Foi incrível. Já a Ásia é um ótimo lugar pra fazer mochilão porque tudo é muito barato”, descreveu ela.

Depois tantos locais visitados, culturas conhecidas, paisagens de encher os olhos, fica difícil escolher o mais marcante. Larissa ressalta que a Índia era a viagem dos sonhos, mas que o maior choque cultural foi em Varanasi, uma das cidades mais antigas do mundo, onde fica o Rio Ganges, considerado sagrado pelos indianos. “É um lugar pra sentar e observar, e foi o que fizemos. Observamos crianças brincando, homens rindo, barcos passando, pessoas tomando banho, mulheres lavando roupa, cachorros fazendo necessidades e o mais chocante: pessoas sendo cremadas nas margens do rio. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, chega a dar um nó no cérebro. É um bom lugar pra cair a ficha que existem culturas tão estranhas à primeira vista, mas nem por isso são melhores ou piores, são apenas diferentes”, descreveu. “Viajar é aprender a não julgar o outro”, completou.

Convite para uma experiência diferente na Índia

Passada essa experiência, a vida muda. Nasce um novo olhar do mundo e retornar à rotina parece algo distante. Larissa e Roberto Júnior, o “Junico”, buscam agora outras alternativas para o cotidiano, fora do escritório de agência publicitária. Para isso, estão iniciando no ramo do turismo.

No dia 30 de dezembro, o casal colocou uma nova ideia em prática: lançou o site Vem Comigo para Índia. A plataforma digital oferece viagens no estilo mochilão para quem quer conhecer a Índia. “Diferente das agências de viagens tradicionais que oferecem apenas viagens mais luxuosas, por um valor absurdo, que deixam de fora coisas que acreditamos que sejam essenciais para conhecer de fato uma nova cultura. A verdadeira Índia não está na van com ar-condicionado. Andar de trem, conversar com o povo, pechinchar aos bazares, visitar os templos, participar das cerimônias, comer onde eles comem. Isso sim pode ser uma imersão cultural incrível”, explica Larissa.

Quem se interessar em embarcar nessa viagem com essa dupla pode conferir mais informações no site, onde constam todos os roteiros, valores e o contato. As turmas abrem a partir de março deste ano, ao valor médio de dois mil dólares, que incluem hotel, hospedagem, deslocamentos terrestres e algumas entradas em pontos turísticos. “Conheci muita gente que já foi pra Índia e todos concordam em um ponto: ninguém volta a mesma pessoa. Gostaria de convidar todo mundo a se permitir conviver um pouco com uma cultura tão diferente da nossa”, convida Larissa.

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