Esta edição traz, mais do que um apelo de uma família, o retrato de uma realidade. Trata-se de uma história que comove, mas, infelizmente, não surpreende. Situações que podem ser encontradas em praticamente todas as cidades do País, para não mencionar mundo afora. Questões que envolvem desde a falta de recursos financeiros até a precariedade do ensino, que tem em muito a ver com a maneira de enfrentar – e resolver – os obstáculos que a vida impõe.

Robson e Ângela vieram de Canoas para tentar uma vida nova em Rosário do Sul. Com ajuda de familiares e agora também da comunidade, o casal, que tem uma filha de 7 meses e já espera a chegada de gêmeos – que até agora não receberam nenhum cuidado na gestação, sob alegação de falta de condições para os exames –, tenta se recuperar da sequencia de dramas que foram acometidos. Em um curto espaço de tempo, eles enfrentaram a doença da mãe de Robson, com quem moravam e que veio a falecer; a perda de um dos filhos; e ainda o furto de praticamente tudo que família possuía.

Tristeza é a primeira coisa que vem à mente de quem se depara com tamanhos problemas. Contudo, basta ver o sorriso no rosto da bela e pequena Vitória – talvez o nome não seja mera coincidência – estampado na página 04, para sentir que a esperança não foi perdida.

Evidente que existem muitos passando por situações semelhantes ou até piores, mas isso não tira o direito dessas pessoas pedirem ajuda. Quem sabe sua história desperte naqueles que podem auxiliar, um sentimento que servirá também para outros.

Porém, fica aqui uma ressalva sobre as intenções da matéria, que é de estar à disposição das necessidades de uma comunidade, mas também de denunciar os problemas que a acometem. Vale a reflexão acerca dos motivos que levaram essas pessoas, e tantas mais, à situação atual. E o que deve mudar para que isso melhore.