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Rosariense sobrevive à tragédia e passa bem

Luzardo de Freitas teve que ser internado devido à inalação da fumaça tóxica

 

O rosariense Luzardo Peres de Freitas, 18 anos, teve uma segunda chance de vida no dia 27 de janeiro. A fatídica data foi marcada pela tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, que vitimou, até então, 237 pessoas, dentre elas três jovens de Rosário do Sul. Luzardo era um dos presentes na festa, mas conseguiu escapar antes que a fumaça tóxica e as chamas do incêndio o fizessem padecer.

Em entrevista ao site Extra Online, o jovem estudante contou que estava passando as férias na cidade e visitava a boate pela primeira vez, por isso teria preferido ficar perto da saída para facilitar uma possível fuga em caso de confusão. “Parecia pressentimento. Se eu não fizesse isso, poderíamos estar mortos agora”, disse ele.

“Estava conversando perto da saída quando vi umas pessoas se afastarem. Pensei que era briga. Aí outras começaram a passar por mim a mil por hora, teve empurra-empurra. Comecei a fugir, mas só quando passei pelo corredor perto da área Vip que vi o fogo”, recorda-se ele. “Foi horrível. A fumaça entrava rasgando o peito. Só tentava achar um buraco na escuridão para escapar. A pintura lá dentro é escura, e com a fumaça, só piorou a situação. Do lado de fora, muita gente estava tossindo. Uns estavam caídos por cima dos outros. Tinha muito sangue no chão também por causa dos pisoteamentos. Uma mulher estava com a perna furada pelo salto do sapato de outra. Quando lembro, começo a chorar. Vou guardar isso para a vida toda”, emociona-se o jovem.

O menino, no entanto, sofreu consequências do incêndio, apesar de ter sido uns dos primeiros a conseguir sair do recinto. Teve crises de tosse e dores, indo consultar no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora para prevenir algo mais grave. No mesmo dia já teve de ser internado, tamanha era a toxicidade da fumaça proveniente da esponja que servia como isolamento acústico da casa noturna. Após passar um período na UTI, com problemas respiratórios, Luzardo se recuperou satisfatoriamente e agora se encontra em casa.

Na semana passada, antes da tragédia, ele estava hospedado na casa da tia, Doralina Machado Peres, que também estava na festa e sobreviveu ao incêndio. Doralina, de 54 anos, trabalhava de segurança no local, como funcionária de uma empresa terceirizada. Ela teve de ser internada na UTI, com queimaduras no rosto e no braço, precisando respirar com ajuda de aparelhos. Até o fechamento desta edição ela já apresentava melhora, respondendo a estímulos.

Luzardo, 18 anos, dança na Invernada Juvenil do CTG Gal. Abreu e passava as férias em SM. Foto Divulgação
Luzardo, 18 anos, dança na Invernada Juvenil do CTG Gal. Abreu e passava as férias em SM. Foto Divulgação

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