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Vida barata

Certos acontecimentos possuem detalhes tão particulares e suspeitos que um pressentimento já revela o desfecho da história. Melhor seria se tal intuição estivesse errada – e às vezes ela está –, mas não foi o caso do desaparecimento de Edivaldo dos Santos Dantas, de 45 anos, o professor de São Paulo que sumiu em fins de dezembro de 2012 misteriosamente.

Quem acompanha a Gazeta de Rosário já está por dentro do assunto, visto que a cobertura do mesmo tem sido realizada a três edições, desde que o suspeito pelo seqüestro do paulista foi preso no município, dirigindo o carro da vítima. Captura fruto de esforço e união policiais, a investigação tem avançado a cada dia, tendo grande virada na última terça-feira (15), quando o preso, que já havia sido transferido para SP, mudou seu depoimento e confessou que o professor desaparecido estava morto. Confira mais detalhes na página 10 dessa edição.

Trágica história, ainda mais após o conhecimento dos motivos – que não estão confirmados, mas tudo indica que sejam verídicos: Edivaldo perdeu a vida, pois não deu aos então assaltantes a senha correta de sua conta bancária. Ainda que a versão possua falhas – já que o suspeito fez saques da conta da vítima após sua morte – não se duvida que a motivação do assassinato tenha sido algo tão fútil.

Ao menos agora, a família já sabe o destino de seu ente querido, e pode chorar sua partida sem que a dúvida arrase seus corações – todavia, não se pode dizer qual sentimento é mais devastador, devido à crueldade do crime que acometeu aquele homem cheio de planos. Contudo, mesmo diante de fatos tão horrendos, o povo já não vê novidade em situações desse tipo, quando milhares são executados sem o menor remorso, por bobagens como fazer um gesto que o criminoso desgoste. Infelizmente, a vida anda barata.

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