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DE DENTRO DO TATAME: Salve, salve família

Muita gente conhece, já ouviu falar ou já viu algo relacionado ao Jiu-Jitsu (ou Brazilian Jiu-Jitsu, como é conhecido fora do Brasil). Mas o que pouca gente sabe, é que essa Arte Marcial, hoje reconhecida e praticada em todo o mundo, foi desenvolvida de forma “familiar”, no início do século XX, no norte do país.

Quando um japonês, de nome Mitsuyo Maeda, desembarcou em Belém do Pará, em julho de 1914, vindo dos Estados Unidos da América, depois de uma incursão pelo país, juntamente com o criador do Judô, professor Jigoro Kano. Maeda era praticante de JuJutsu e Judô, e tinha por objetivo difundir a Arte Suave pelo mundo. Depois de ter passado por Inglaterra, Bélgica, Espanha, El Salvador, Costa Rica, Honduras, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Argentina, desembarcou em “Terras Tupiniquins”. Em 1917, um jovem de nome Carlos Gracie conheceu Maeda, por intermédio de seu pai, Gastão Gracie, e ficou interessado no estilo de luta daquele homem que, com grande habilidade, consegui dominar adversário bem maiores que ele. Em agradecimento, Maeda decidiu ensinar a Arte Suave para o jovem Carlos.

No ano de 1925, Carlos Gracie abriu a primeira Academia Gracie de Jiu-Jitsu, passando a ensinar a modalidade de forma “profissional”, já no Rio de Janeiro, começando aí uma das histórias mais vitoriosas dentro das Artes Marciais.

Uma verdadeira Irmandade

Enquanto ministrava suas aulas, Carlos Gracie era acompanhado de seu irmão Hélio, que acabou se interessando pela forma como seu irmão ensinava aquelas técnicas. Porém, Hélio era um jovem franzino, de saúde um pouco frágil e via o Jiu-Jitsu da mesma forma que outros esportes. Conforme analisava as diversas técnicas, Hélio viu que, apesar de a Arte Suave ter por objetivo oportunizar ao mais fraco derrotar o mais forte, algumas ainda davam vantagem para quem tivesse um maior porte físico.  Hélio enxergou algumas alavancas, chaves e torções para começar a estruturar um novo Jiu-Jitsu que chamaria de “Jiu-Jitsu Brasileiro” ou “Gracie Jiu-Jitsu”, esse sim, segundo palavras do próprio, transformaria pessoas comuns em “homens invencíveis”, independentemente de seu porte físico. A partir daí os Gracie começaram sua supremacia ao enfrentar valentões, estivadores e lutadores de capoeira de todas as origens e tamanhos, no Rio de Janeiro. Na luta em pé, os oponentes pareciam amedrontadores. Contudo, no chão eram presas fáceis para as chaves, torções e raspagens do Jiu-Jitsu. Eles também foram acumulando vitórias em lutas sem regras e as manchetes dos jornais alavancaram a fama ainda mais da família.

Tipo Exportação

No ano de 1978, o filho mais velho de Hélio, Rorion foi para os Estados Unidos da América, já com o objetivo de ensinar a Arte Suave em terras americanas. Depois de participar do filme “Máquina Mortífera” ensinando e coreografando algumas cenas de luta, Rórion junto dinheiro, comprou uma casa, e passou a ensinar Jiu-Jitsu em sua garagem. Algum tempo depois, devido ao sucesso que obteve com essas aulas, convidou seu irmão Royce para ajudá-lo com essas aulas. Os dois irmãos, Rorion e Royce, tiveram a ideia de começar a desafiar professores de outras Artes Marciais, para provar a superioridade do Jiu-Jitsu. Eles anunciavam em jornais, chamavam Mestres para enfrenta-los e os irmãos sempre dominavam os adversários sem precisar dar um soco. Foi o início da “fama” da Família Gracie… …De Dentro do Tatame… …para o mundo. E foi o embrião do UFC. Mas isso é outra história. Um bom sábado a todos. Cuidem-se.

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