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Estudantes cobram auxílio da prefeitura de Rosário do Sul para transporte até a Urcamp

Um protesto pacífico marcou o início da tarde desta quarta-feira (1º/11) junto ao prédio da prefeitura de Rosário do Sul. A mobilização foi realizada por estudantes da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), membros da Associação Rosariense dos Acadêmicos de São Gabriel (ARASG), que reivindicaram o pagamento de parcelas atrasadas do convênio de auxílio para o transporte que o Executivo mantém com a entidade. A dívida atual com a empresa rosariense que presta o serviço do transporte dos acadêmicos é de R$ 33 mil.

Com faixas, apitos e nariz de palhaços, os estudantes desceram do ônibus que os transporta diariamente e fizeram um apitaço em frente à prefeitura. Após uma espera de mais de uma hora, a prefeita Zilase Rossignollo Cunha recebeu uma representação do grupo e afirmou que fará o possível para pagar o valor do convênio até o final do ano, ou em 2018. Alegando que a prefeitura possui muitas dívidas, ela informou que o convênio não será renovado no ano que vem. Cerca de cem estudantes da Urcamp são atingidos pela medida.

Foto: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

A diretoria da ARASG, através da representante Iria Lopes, estudante de Direito, informou à Gazeta que uma assembleia da entidade deve ser realizada para tratar do assunto. “A verba total que ela (prefeitura) teria que passar para nós seria de R$ 44 mil, mas ela parcelou em quatro vezes e não efetuou nenhum pagamento ainda”, relatou a acadêmica, acrescentando que o primeiro pagamento estaria previsto para agosto e que a empresa que realiza o transporte pode suspender o serviço a qualquer momento.

Lopes ainda pontua que a entidade, com cerca de 20 anos de existência, nunca havia tido problema semelhante. Além disso, ela ressalta que houve o corte de mais da metade do valor repassado pela administração anterior. “Nós vamos ter que trancar a faculdade. Todo mundo que sonha em ser alguma coisa na vida vai ter que parar, pois não temos condições de pagar o transporte sozinhos. A gente precisa do apoio do município para poder se formar e criar um desenvolvimento na cidade”, desabafou.

“É um desrespeito com os acadêmicos”, diz o presidente do Legislativo, Gilson Alves

A Brigada Militar chegou a ser acionada para acompanhar o protesto, que se mostrou pacífico e sem incidentes. A mobilização também foi observada de perto por vereadores do município, como o presidente do poder Legislativo, Gilson Alves (PDT), Maria Eugênia (PDT), Cristiano Rodrigues (PP), Jair Mendes (PMDB) e Elizandro Paz “Piruca” (PP), que já foi inclusive presidente da ARASG .

O vereador Alves, que foi acadêmico e membro da entidade, disse que o Legislativo apoia os estudantes e criticou a postura da administração. “É um desrespeito total da administração pública com os acadêmicos de Rosário do Sul, sendo que a administração passada sempre passava esses convênios”, argumentou ele, lembrando que a Câmara de Vereadores aprovou o projeto de lei que trata sobre o convênio com a entidade.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a prefeita recebeu os acadêmicos e que tentará honrar os pagamentos de 2017. Porém, o órgão ressaltou que o transporte universitário não é obrigação legal do município, apenas o ensino fundamental. “Em função da situação financeira que o município passa, o convênio não será renovado em 2018”, foi afirmado.

Saiba mais

Criada em meados da década de 90, a ARASG intermedia o auxílio no transporte dos alunos acadêmicos dos vários cursos da Urcamp. Os estudantes realizam o deslocamento de segunda a sexta-feira e para isso recebiam o apoio da administração municioal. A atual diretoria informou que os valores atrasados do convênio referem-se a R$ 33 mil, que seriam pagos nos últimos três meses, em parcelas de R$ 11 mil. A verba total seria de R$ 44 mil, que deveria ser quitada em dezembro.

Segundo a diretoria, quando procurada, a prefeitura apenas informou que os valores não haviam sido empenhados. Uma carta foi encaminhada à atual prefeita, Zilase Rossignollo Cunha, alertando que, se o problema não fosse solucionado até o dia 31 de outubro, os estudantes realizariam uma manifestação, que acabou ocorrendo.

Reportagem e fotos: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

 

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