Há cinquenta anos o Brasil vivia uma tristeza semelhante ao sentimento que tomou conta de todos desde domingo (27), no episódio com mais de 230 mortos na boate Kiss em Santa Maria. O incêndio no Gran Circo Norte-Americano, em 17 de dezembro de 1961, foi o maior já ocorrido no Brasil. O circo que se apresentava em Niterói e morreram 503 pessoas, sendo a maior parte delas crianças.
O show chegou à cidade com grande propaganda, se dizendo o maior e mais completo da América Latina. No dia do acontecido, 3 mil pessoas assistiam ao espetáculo. Por volta das 15h45, durante a apresentação da trapezista Nena, o fogo começou a lamber a lona do circo, feito de algodão e parafina, material altamente inflamável.
Em menos de dez minutos a lona derreteu completamente, caindo por cima dos espectadores em forma de gotas de fogo. Segundo a versão oficial da polícia, o incêndio foi provocado por um ex-funcionário do Gran Circo, Dilson Marcelino Alves, de 20 anos na época, conhecido como Dequinha.
Com a ajuda de dois homens, Dequinha ateou fogo no local por vingança, pois ele havia sido contratado como montador da lona, mas foi demitido três dias antes da tragédia por ser considerado “preguiçoso” pelo dono do circo, Danilo Stevanovich.