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“Nunca vou esquecer esses caras”, diz jogador de Rosário

Aos 18 anos, Silvano Irigaray faz parte da equipe Sub-20 da Chapecoense. Revelado pela Associação Rosário de Esportes (ARE), o meia-atacante reside atualmente na cidade de Chapecó e convivia diariamente com os atletas do time profissional. Em entrevista à Gazeta, na noite de terça-feira, dia da tragédia, ele se mostrou muito abalado com a situação e repetiu por diversas vezes: “É muito triste”.

“Eu não acredito ainda. Eram pessoas que eu via todos os dias, eu ia treinar com eles uma vez por semana. O Marcelo era o jogador que eu era mais próximo, que eu mais conversava”, contou ele, referindo-se ao zagueiro da equipe, que faleceu no acidente. “Ele não estava jogando nos últimos meses, mas foi convocado justo nesse. Era uma pessoa fantástica, que me dava conselhos, falava no que eu tinha que melhorar”, completa.

Silvano também lembra de Thiaguinho, atacante, que deixa a esposa de 18 anos, grávida. Ele recebeu a notícia que ia ser pai na última quarta-feira (23). O momento foi registrado em emocionante vídeo que tem circulado nas redes sociais. “O Josimar [volante] me falou: ‘É isso aí! Guri da base tem que chegar e mostrar, não pode ter medo. Somos gaúchos, tchê!’. Isso me marcou muito, nunca vou esquecer esses caras. Pra mim, eles já eram ídolos”, recorda o rosariense, que morava no mesmo prédio de outro atleta que perdeu a vida na tragédia, Dener, lateral. Ele também recorda de Danilo, goleiro, e cita sua esposa. “A Letícia tem um gurizinho de dois anos. Como eles vão ficar agora? Ela chegou hoje lá desesperada”.

O jovem atleta rosariense, Silvano Irigaray, relatou a triste situação enfrentada. Foto: Reprodução/GloboEsporte.com
O jovem atleta rosariense, Silvano Irigaray, relatou a triste situação enfrentada. Foto: Reprodução/GloboEsporte.com

O impacto da notícia

Silvano relatou à Gazeta que recebeu a notícia do acidente na madrugada e não conseguiu dormir mais. “Não acreditava, mas quando cheguei no clube ‘caiu a casa’, foi muito triste. Vi as esposas deles chorando, as mães, diretores, pessoas que estão com a Chapecoense desde a Série D, além daqueles que não foram pro jogo”.

Segundo o atleta, o episódio fez ele repensar sobre sua própria vida. “Temos que valorizar cada segundo, abraçar nossa família, todos os dias dizer ‘te amo’. E o dinheiro não compra uma vida. Vale muito mais tu ser feliz, estar próximo da família. Eu nunca vou esquecer disso, marcou minha vida. Quero muito ver meus pais, dar um abraço neles, nos meus irmãos”.

O jovem presenciou o melhor momento da história da Chape: a classificação para a final da Copa Sul-America, ao empatar em casa com o argentino San Lorenzo, em partida de tirar o fôlego. “Vi as pessoas se abraçando e chorando de felicidade. Uma semana depois, vejo o pessoal chorando de novo, mas dessa vez de tristeza”, relata ele, emocionado.

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