Você Está
Início > Notícias > Destaque > Policiais Civis paralisam serviços em protesto ao pacote de Sartori

Policiais Civis paralisam serviços em protesto ao pacote de Sartori

Servidores da Delegacia de Polícia de Rosário do Sul aderiram à paralisação estadual decretada na última terça-feira (13), após assembleia da categoria em Porto Alegre. Até o dia em que for ou não votado todo o pacote de ajuste fiscal do governador José Ivo Sartori (PMDB), somente ocorrências graves e flagrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Brigada Militar serão registradas no Plantão de Pronto Atendimento. A alternativa para quem deseja realizar outros registros é a Delegacia Online (veja abaixo).

A deliberação aconteceu na assembleia dos servidores da Polícia Civil, ocorrida em frente ao Palácio da Polícia na capital, onde os policiais aprovaram por aclamação a paralisação dos trabalhos em protesto à votação do pacote de medidas, que é considerado prejudicial aos funcionários públicos estaduais. Em nota, o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do RS (UGEIRM) informado que “nenhum agente deverá participar de operações enquanto o pacote não for votado. A avaliação da assembleia é de que o governo tenta melhorar sua imagem em cima do trabalho dos policiais, sendo que para combater a criminalidade são necessárias outras medidas, como investimentos”.

Os policiais também aprovaram uma nota de repúdio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) elaborada pelo governo federal de Michel Temer (PMDB) para alterar as regras da Previdência no país. Como protesto, foi aceito o indicativo de greve e combinado o envio de caravanas à Brasília para pressionar o Congresso contra as medidas. A paralisação dos agentes envolve apenas escrivães, inspetores e comissários.

OPERAÇÃO PADRÃO – O movimento de paralisação iniciou na segunda-feira (12), com a Operação Padrão. Houve paralisação inicial por 48 horas, em protesto contra o parcelamento dos salários e contra o pacote do governo Sartori. Houve adesão total dos agentes da Polícia Civil, em todas as cidades do RS. Na capital, eles participaram da 3ª Marcha da Segurança Pública, na terça-feira (13), que envolveu também servidores da Superintendência dos Serviços Previdenciários (Susepe).

DEMAIS FORÇAS – Os policiais militares, por serem lotados em instituição militar, não podem paralisar os serviços nem realizar greves. Já os agentes penitenciários de Rosário do Sul aguardavam comunicado do sindicato da classe para iniciar sua paralisação no município, o que até a tarde desta quarta-feira não havia ocorrido.

Registros Online

No site da Polícia Civil qualquer pessoa maior de idade pode fazer o registro online de ocorrências policiais. Esta é a alternativa indicada para quem precisar informar algum crime que não seja contra a vida, contra idosos, crianças, adolescentes ou violência doméstica. Estes são os únicos aceitos no Plantão de Pronto Atendimento desde a última segunda-feira (12), em virtude da paralisação dos funcionários públicos estaduais. Os serviços estão suspensos por tempo indeterminado, a depender da votação do pacote de medidas do governo Sartori.

Confira as ocorrências que podem ser registras online, conforme o site oficial da Polícia Civil:

  • Perda de documentos/objetos
  • Acidente de trânsito sem feridos
  • Furtos
  • Ofensas
  • Maus-tratos contra animais
  • Perturbação
  • Roubo
  • Localização
  • Dano
  • Dano causado por fenômenos da natureza
  • Abigeato
  • Vias de fato
  • Ameaça
  • Desaparecimento de pessoa
  • Localização de pessoa
  • Violação de domicílio

Entenda o caso

O pacote de reajuste fiscal do governador José Ivo Sartori prevê, entre outras medidas, a extinção de nove fundações do Estado, a demissão de servidores, a fusão de secretarias, o aumento da alíquota previdenciária e o fim da exigência de plebiscito para privatização de empresas como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás.

A proposta foi anunciada no fim do mês passado. Como justificativa, Sartori disse que o Rio Grande do Sul vive uma situação de “calamidade financeira” e definiu as medidas apresentadas como caminho para “um novo Estado” e “um novo futuro”. “Temos um setor público ultrapassado e defasado, que não enxerga mais as pessoas. O setor público tem que servir à sociedade e não servir-se dela”, afirmou. Segundo ele, o déficit projetado para 2016 é de R$ 2,3 bilhões e, para 2017, de R$ 2,835 bilhões.

“É um pacote da desgraça. Demite e destrói o serviço público. Não resolve os problemas financeiros do Estado e tira a segurança que nós todos estamos clamando hoje. Vai faltar mais segurança se esse pacote for provado. E, o pior de tudo, é um pacote que o governo quer se desobrigar de pagar o nosso salário em dia e o 13º salário”, afirmou Isaac Ortiz, presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Policia Civil do RS (Ugeirm), ao portal de notícias Sul 21.

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Top