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Rosário fica de fora dos 100 novos campi do Instituto Federal

Apesar da mobilização estadual e engajamento da comunidade de Rosário do Sul desde o ano passado, o município não foi contemplado com um campus do Instituto Federal de Educação.

O anúncio de 100 novas unidades de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) ocorreu na manhã de terça-feira, 12, em Brasília, com a presença de comitiva rosariense. A cidade ainda tem chance de ser confirmado na segunda fase da expansão.

No Rio Grande do Sul, cinco cidades foram contempladas: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Gramado, São Luiz Gonzaga e uma única na metade Sul, Lavras do Sul. Uma comitiva da Prefeitura Municipal participou do evento de anúncio, com o prefeito Vilmar Oliveira, a secretária de educação Jalusa Silveira, a assessora da Educação Alexandra Becker e os secretários de Indústria e Comércio, Mariano da Costa, e da Fazenda, Paulo Trindade. O ato ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente Lula.

Na solenidade, foram anunciados investimentos nos IF de R$ 3,9 bilhões por ano, que incluem as novas unidades e também manutenção das já existentes. Eram 682 campi e passam agora para 782. As novas escolas federais terão 1.400 vagas cada, com o total de 140 mil novas vagas. A ideia do governo federal é chegar em 1.000 campi dos IF no Brasil.

Além dos cinco novos institutos do RS, Santa Catarina recebeu três para Tijucas, Campos Novos e Mafra. São Paulo ganhou o maior número de instituições, com 12 cidades beneficiadas, e por regiões, o Nordeste terá o maior número, com 38, seguido do Sudoeste com 27, o Sul com 13, o Norte com 12 e o Centro-oeste com 10.

O grupo pró-campus do IF em Rosário do Sul segue articulado, mesmo com a não contemplação do município. A mobilização foi uma das maiores do Estado e do Brasil, desde 2023. Como contrapartidas entregues ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), estão um prédio escolar com área construída de cerca de 2,8 mil m², apto a funcionar, em área total de 33,7 mil m², além de uma área sem benfeitorias, de 7 hectares, na zona sul do município.

Um laboratório de informática, com investimento de R$ 300 mil, oriundos do orçamento da Câmara de Vereadores, e dois anos de manutenção de água, luz e vigilância custeados pelo município também foram oferecidos. A comitiva rosariense em Brasília também anunciou, através do prefeito Vilmar, a possibilidade da criação de uma extensão do IF para Rosário, que deve ser discutido em breve em encontro na cidade.

Comitiva rosariense encabeçada pelo prefeito acompanhou o anúncio em Brasília. Foto: Divulgação

Município pode ter cursos de extensão do IF

A Gazeta falou com Eliézer Oliveira, professor do IF e um dos líderes do movimento do campus no município. Ele destacou a atuação de Rosário na busca deste aporte educacional e também destacou os próximos passos da mobilização. “Nossa luta é nacionalmente reconhecida. Os principais frutos são a defesa contundente da educação, a conscientização sobre o que é um Instituto Federal e a sua importância para o município, além do interesse do MEC em vir em Rosário e de nos trazer uma alternativa enquanto um campus não for destinado para cá”, declarou. Oliveira também citou a vontade dos reitores do IFSul e do IFFar em oferecer algo para Rosário, “a fim de que não fiquemos desatendidos e a disposição da comunidade em seguir mobilizada pelo seu campus”, disse o professor.

Conforme Eliézer, a mobilização deve aumentar e agregar mais apoios políticos. “Recebermos a equipe do MEC e os reitores dos IFs em Rosário do Sul e ouvir a proposta que eles têm a nos oferecer; estudarmos essas propostas e contribuirmos com a sua construção; colocar em prática essas alternativas, fazendo delas um meio para conquistarmos o Campus definitivo”, elencou ele, entre outros pontos. 

“O presidente e o ministro da Educação anunciaram que até o final deste governo outras expansões futuramente ocorrerão e quando elas chegarem deveremos estar mobilizados, atuantes e com uma experiência alternativa consolidada e capaz de demonstrar na prática o quanto Rosário do Sul tem condições de receber um campus do IF”, finalizou.

Em vídeo gravado após a cerimônia no Planalto, o prefeito Vilmar Oliveira destacou a grande mobilização do município. “Rosário ficou de fora, mas estamos bem situados na colocação. Eram cinco para o RS e ficamos em sexto. Portanto, vamos seguir vestindo esta camiseta, alimentando essa esperança, crendo que o governo vai olhar para aquele canto do Rio Grande”, afirmou.

Oliveira disse ainda que já iniciou tratativas com o integrante da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) do MEC, Alexandre Martins Vidor, e com o reitor do IF Sul, Flávio Nunes, para buscar cooperação propícia a Rosário. “No momento, extensão, e posteriormente consolidação de um IF para a população e juventude rosariense”, projetou o prefeito.

“Acompanhamos com entusiasmo a campanha que cada pessoa fez pelo Instituto Federal. Tenho a absoluta certeza que pela campanha linda, pela necessidade, o sonho vai se concretizar”, disse Vidor, do SETEC, prometendo uma visita a Rosário na próxima semana.

O reitor Nunes também destacou o protagonismo rosariense e parabenizou a todos. “Haverá outros momentos de expansão. Enquanto isso, o IF Sul em conjunto com o MEC e a Setec vão trabalhar, organizar para que a gente possa atender minimamente toda esta expectativa que foi gerada na cidade”, assinalou.

Além das contrapartidas que Rosário se propôs, o movimento pró-campus do IF realizou dezenas de atividades desde o início de 2023 para a candidatura do município, dentre elas audiências públicas, mobilização da sociedade, reuniões e contatos fora da cidade. Nas ações mais recentes, além de um abaixo-assinado com milhares de adesões, houve o plantio simbólico de um Tarumã na Praça Borges de Medeiros, participação no Carnaval de Rua, uma corrida pelo campus com coleta de água na Cacimba do Padre, entre outros.

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Historicamente, o município tem sido preterido por grandes investimentos na educação. Na década passada, Rosário e Quaraí foram as únicas cidades da região que não receberam um campus da Unipampa.

Foto destaque: Ricardo Stuckert / PR / CP

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