Passados cerca de quatro meses da segunda grande enchente de 2019, que causou perdas na agricultura e deixou várias famílias desabrigadas, Rosário do Sul agora sofre com a estiagem prolongada. Na tarde de sexta-feira (6), a Defesa Civil, com apoio do sindicato Rural, Emater e 4º RCC, levou água para sete famílias da região do Rincão das Chirca, 4º Distrito São Carlos, mais conhecido como Caverá, distante cerca de 100 km da sede do município. O pedido partiu dos moradores que estavam sem água potável. Na agricultura, o prejuízo já está consolidado.
O coordenador da Defesa Civil, Iran Najar, acompanhou a operação de entrega de água na localidade. Conforme a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal, nos próximos dias outra localidade deve receber o abastecimento de água. Najar salientou que a população fique atenta quanto ao consumo de água e que evite o desperdício em função do baixo nível dos rios que abastecem a cidade.
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Os moradores do Rincão das Chirca solicitaram o apoio da Defesa Civil do município devido a forte estiagem no Quilombo Rincão das Chirca. Conforme Mariglei Dias,via rede social, a comunidade possui um poço artesiano e desde outubro de 2019 existe um impasse com a distribuidora de energia para a troca de um transformador e aumento de potência na região para que o bombeamento de água seja normalizado. Atualmente a potência do transformador usado para o bombeamento de água tem capacidade de 142 a 143 watts.
Conforme a assessoria de imprensa do município, outra região que está com dificuldades no abastecimento de água potável é a Sanga Seca, também no 4º Distrito. Durante esta semana, a água será levada da mesma forma àquela localidade. Ainda conforme a assessoria, a Administração Municipal já decretou emergência pela estiagem. Ocorre que o governo do RS ainda não havia homologado em função da falta de dano humano, que em caso de secas é a falta de água para famílias, o que já ocorre desde a semana passada no Caverá e que deve agilizar a homologação.
Perdas significativas na agricultura
O presidente do Sindicato Rural de Rosário do Sul, Gilberto Moreira, falou à reportagem da Gazeta de Rosário que o prejuízo com a estiagem já está consolidado. Ele acrescenta que na cultura da soja, por exemplo, o mês de janeiro já contabilizava perdas de 15 a 20% que aumentou. “Hoje ultrapassa 50% e conforme produtores, podendo chegar em alguns locais a 80%”, destacou Moreira, acrescentando que isto é ruim para a economia do município. Na pecuária, as perdas são futuras, conforme o presidente. Ele avalia que a falta de água para o gado irá interferir diretamente na reprodução e também na perda de peso. “Isto não é imediato, são perdas futuras, o gado poderá entrar mal no inverno”, lamentou, acrescentando que se não chover nos próximos dias já será calamidade.
Reportagem: Julio Lemos / Gazeta de Rosário
Foto: Assessoria de Imprensa Prefeitura / Divulgação