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Violência contra a mulher é tema de encontro em Rosário do Sul

Aconteceu na quinta-feira (04) a 2ª edição do Encontro da Organização das Mulheres Rosarienses e Cidadania. Reunidas no teatro João Pessoa, as integrantes receberam membros da Prefeitura Municipal, Brigada Militar (BM), Conselho Tutelar e comunidade para discutir a importância de uma procuradoria municipal da Mulher.

O bate-papo contou com a participação da professora e ativista do Coletivo de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), Telassim Lewandowsk, que explanou sobre a importância de assistir mulheres que sofrem ou sofreram agressão. “A mulher não pode aceitar a cultura da violência, como ainda acontece”, ressalta.

A criação de uma procuradoria da Mulher busca garantir maior representatividade às mulheres na política. Além disso, pretende combater a violência e a discriminação, qualificar os debates de gênero, receber e encaminhar aos órgãos competentes as denúncias e anseios da população.

A fala de Lewandowsk foi intercalada com o depoimento do capitão da BM, Magno Siqueira. Ele explicou que a Patrulha da Maria da Penha – viatura e inspetores treinados para garantir a integridade física e proteger a mulher que está sob medida protetiva, não funciona em Rosário por falta de veículo e efetivo. “Não é que a Brigada não queria atender, mas não temos como. O sistema de medidas protetivas tem funcionado bem na cidade, o que nos tranquiliza”, explica. Siqueira ainda afirma que não há nenhum caso registrado de feminicídio na cidade. Ainda assim, ele alerta “a mulher tem que registrar queixa em caso de violência e não pode retirar”.

Nesse contexto, a ativista diz que talvez não seja necessária uma patrulha, mas sim profissionais capacitados para atender chamados do gênero. “Percebo que Rosário precisa de um espaço para acolher mulheres nessa situação e muita informação”, analisa.

Ela ainda explica o foco principal é a conscientização, antes mesmo da Delegacia da Mulher. “Não podemos nos omitir, essa é uma luta de todas e não do casal ou da mulher que sofre com agressões”, destaca.

O Encontro da Organização das Mulheres Rosarienses e Cidadania é coordenado pela representante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) em Rosário do Sul, Claudia Vieira.

Foto: Natalia Apoitia / Gazeta de Rosário

Saiba mais

  • Pesquisa Datafolha, divulgada no Dia Internacional da Mulher desse ano, aponta que 3% ou 1,4 milhões de mulheres sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento e 1% levou pelo menos um tiro.
  • Entre as mulheres que sofreram violência, 52% se calaram. Apenas 11% procuraram uma delegacia da mulher e 13% preferiram o auxílio da família.
  • E o agressor, na maior parte das vezes, é um conhecido (61% dos casos). Em 19% das vezes, eram companheiros atuais das vítimas e em 16% eram ex-companheiros.
  • As agressões mais graves ocorreram dentro da casa das vítimas, em 43% dos casos, ante 39% nas ruas.

Denuncie

O “Ligue 180” foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, em 2005, para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita e as denúncias podem ser anônimas). Ele é a porta principal de acesso aos serviços que integram a rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha. Em março de 2014, o “Ligue 180” transformou-se em disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado.

Fotos e reportagem: Natalia Apoitia / Gazeta de Rosário

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