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Educação especial será uma das prioridades da SMEC na nova gestão

Quem teve a formação através da rede pública, desde a educação básica ao mestrado, sabe todas as dificuldades e desafios que a educação tem. A educadora especial Jalusa Oliveira da Silveira assumiu a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) nesta gestão. Ela é mestre em educação, especialista em educação de surdos e deficiência intelectual, professora no Centro Universitário da Campanha (Urcamp) no campus São Gabriel e educadora especial responsável pelas avaliações educacionais em uma clínica no município.

Em entrevista à Gazeta de Rosário, Jalusa relatou que este será o primeiro cargo público como gestor a exercer e que está disposta a buscar o melhor para o município junto à equipe da SMEC. Sobre a volta às aulas, o início do ano letivo está programado para o dia 8 de março, em alinhamento ao calendário estadual.

GR: Como foi receber o convite para ser secretária de educação?

JS: O convite veio ao longo de conversas com o Vilmar e o Eduardo a respeito da educação especial, mas outras ideias e discussões foram acontecendo, até surgir a possibilidade de ampliá-las do campo da inclusão para o campo da educação como um todo. Fiquei extremamente apreensiva, pela grande responsabilidade, mas entusiasmada com a chance de contribuir com pautas importantes que já fazem parte de lutas pessoais e que vêm ao encontro da gestão municipal e da equipe da SMEC.

GR: Como a senhora avalia o desempenho da secretaria na gestão anterior?

JS: Recebemos a secretaria das mãos de pessoas muito comprometidas com a educação e entendemos que certamente fizeram o que estava ao seu alcance no tempo e espaço que tiveram, tanto que muitos servidores se mantiveram nos cargos que ocupavam. Isso nos tranquilizou bastante diante do percurso que vem. Há um grande respeito e consideração pela contribuição de todos, mas claro com o início de uma nova gestão, novos olhares e mudanças devem e necessitam acontecer, são no intuito de renovar práticas e ampliar as possibilidades da educação de qualidade e excelência que almejamos.

GR: O que avalia que deve continuar e o que deve ser mudado?

JS: Desde que iniciamos estamos mapeando a situação da rede, tanto no que se refere às benfeitorias quanto às fragilidades. Pra isso foi importante estarmos em cada uma das escolas, conhecendo a realidade de cada comunidade, questões estruturais, de recursos humanos e pedagógicas… Ainda estamos nesse processo de construção das propostas e muito receptivas e sensíveis a todas as demandas.

GR: Como foram esses primeiros quinze dias frente à pasta?

JS: Como mencionei esse início foi mais de apropriação, de conhecimento da realidade da rede, das questões burocráticas da secretaria. Ainda assim já conseguimos estruturar ações bem importantes no nosso entendimento. Por exemplo: toda organização/alocação dos professores, calendário escolar, pequenos reparos estruturais nas escolas, estabelecimentos de parcerias. Já demos início, inclusive de forma pioneira na região, a implementação da lei 13.935 que dispõe sobre a presença do assistente social e da psicóloga nas escolas: é uma conquista importante, em especial nesse momento difícil de inúmeros desafios e dificuldades da pandemia e também da própria educação inclusiva. Enfim, são construções diárias, que aos poucos vai nos abastecendo para dar sequência às nossas metas.

GR: Quais os principais desafios em assumir a secretaria de educação?

JS: Os desafios são imensos, em especial na atual situação em que vivemos. A pandemia maximizou ainda mais problemas já existentes, como a desigualdade social. Por exemplo, temos muitos alunos com dificuldades de acesso às tecnologias. Além disso, independente do acesso, muitos também ficaram com lacunas na aprendizagem, o que, aliás, é uma situação quase que generalizada no país. Então há um somatório de situações que nos preocupam, mas há também muito estudo para que possamos ofertar as melhores condições para que essas barreiras sejam minimizadas e gradativamente possamos efetivar os objetivos para a educação municipal que desejamos. Algo muito importante de salientar é que este governo propõe a ideia de trabalho como engrenagem, ou seja, a participação de cada um é peça essencial e estamos, todas as secretarias e gestão municipal, muito alinhados nessas metas, o que tende a otimizar e qualificar o trabalho de todos, com resultados positivos para a comunidade.

GR: Um problema recorrente é a falta de transporte para os alunos do interior, a senhora já se inteirou sobre essa questão?

JS: O transporte realmente é um setor que requer atenção especial, pois é nosso maior orçamento e é um movimento de fluxo constante da secretaria. Hoje existem muitos veículos necessitando de manutenção, alguns com pequenos reparos e outros com necessidade maior. Além disso, o transporte na zona rural necessita estar alinhado com outras secretarias. Temos desafios neste sentido, mas todas as ações necessárias já foram mapeadas para tentar organizar esta situação, pensando sempre no bom atendimento dos alunos, professores e comunidade em geral.

GR: A senhora acha que o município está preparado para começar as aulas? Por quê?

JS: Hoje um retorno 100% presencial está descartado. O decreto estadual não permite, tampouco a situação atual viabiliza qualquer ação do tipo. Mas também, como já foi dito, estamos em profundo estudo para pensar em estratégias para um retorno gradativo, no formato híbrido. Ainda não é possível afirmar, até porque dependemos das orientações dos órgãos competentes da saúde, da situação epidemiológica do município e de toda uma logística e investimento para cumprimento dos protocolos, mas há um anseio de retomada, o que também deve acontecer em consonância com o desejo de cada família. Aquelas que optarem por não enviar seu filho à escola, seguirão apenas no formato virtual, mantendo seu direito resguardado.

GR: Tem projetos, eventos ou ações que já prevê realizar? Quais?

JS: Desde o convite para a secretaria já iniciamos a traçar metas. Há muitos objetivos, alguns limitados pelo orçamento deste ano que já estava previsto desde a gestão anterior, além da situação da pandemia que impossibilita investimentos fora da área da saúde. Mas diríamos que o primeiro ponto é a formação continuada, a capacitação técnica dos professores para atendimento das demandas de aprendizagem. Além disso, a criação do setor de educação especial e a criação de cargos nesse campo, como do próprio educador Especial. A ampliação dos serviços de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a oferta de um serviço de atendimento multiprofissional. São metas complexas a serem alcançadas, que devem ser alavancadas por muita vontade e trabalho em conjunto.

GR: Qual mensagem gostaria de passar à comunidade rosariense?

JS: A mensagem que gostaria de deixar em nome da SMEC é que nosso trabalho está pautado no respeito e valorização de cada um, no olhar sensível para as questões humanas e sociais da comunidade e que a secretaria está sempre aberta pra todos que quiserem dialogar, trazer críticas construtivas e debater novas ideias. Nosso propósito é contribuir para a formação de uma sociedade melhor, mais justa e igualitária.

Foto: Divulgação

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