Na tarde do último sábado (18), o Grupo Conversa Amiga realizou seu II Encontro, no Teatro Municipal João Pessoa. Na oportunidade, a Educadora Especial Alice Dezotti Freitas falou aos presentes sobre o autismo e suas características, a forma de diagnóstico e o comportamento do autista. Mães, profissionais, familiares e demais presentes puderam tirar dúvidas sobre o assunto.

Segundo Alice o autismo ainda é novo no Brasil, mas o número de crianças no país que apresentam o transtorno é cada vez maior e por isso há necessidade da busca por mais conhecimento. “É um transtorno diferente dos outros por possuir características bem peculiares. Tudo começa já no fechar o diagnóstico. A criança com autismo apresenta uma tríade: dificuldade de comunicação, dificuldade de interação social e as estereotipias (manias, dificuldades motoras). Para que a criança seja diagnosticada com autismo, é preciso apresentar as três características”, explicou a profissional.

A educadora especial trabalha há oito anos na área e afirma que muitas crianças são diagnosticadas com outros transtornos, mas possuem autismo.  “A busca pelo conhecimento gera o maior número de casos diagnosticados, porque agora os profissionais estudam o transtorno”. Ela ainda ressalta que não há um estudo fechado sobre as causas do autismo, já que ele é associado há muitos genes, mas garante que é genético. “Até hoje se descobrem genes que causam a alteração formadora do autismo”.

Outro dado importante apresentado por Alice é que o número de meninos diagnosticados com autismo é quatro vezes maior do que em meninas, mas quando elas são acometidas pelo distúrbio ele se apresenta de forma mais severa.

Grupo Conversa Amiga

Conforme uma das coordenadoras do Grupo, Paula Jaques a ideia de criar o Grupo surgiu a partir das consultas com o neurologista do filho de 4 anos e de muitas conversas com a mãe de outro menino diagnosticado. “Quando tu recebe o diagnóstico é um processo de luto que a família passa até aceitar. Então é muito importante ter outras pessoas que entendam e passem pela mesma situação”, conta ela.

Sobre os encontros, Paula pontua que serão conversas temáticas, mensais, com um profissional de cada área especifica para suprir as dúvidas dos familiares.  “Acho que o que falta é aceitação, até mesmo da família. É isso que priva o desenvolvimento da criança. É preciso levar o conhecimento adiante. Eu mesma tinha outra visão sobre o autismo”, lembra ela.

A data do próximo encontro será divulgado através da página, no Facebook, Conversa Amiga.

Objetivos do Grupo:

• Proporcionar encontros mensais para trocas de experiências entre pais, familiares e integrantes do grupo;
• Buscar sanar dúvidas e anseios de pais e familiares que encontram no processo do diagnóstico;
• Informar e desmitificar o autismo;
• Distribuir informações sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) na comunidade em geral;
• Divulgar o tema autismo, a forma de diagnóstico e intervenção.

Saiba mais:

A assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal informou que a Secretaria de Educação e Cultura possui uma política de atendimento com quatro salas de aulas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) que funcionam nas Escolas Elefantinho, Oliveiro Thaddeu, Leão Warrem e Coronel Sabino. Ao todo, são atendidas 93 crianças com as mais diversas necessidades, entre elas o autismo, Síndrome de Down, Deficiências Mental, Auditiva, Visual (baixa visão), Física, Déficit de Atenção e Hiperatividade, com professores que possuem especialização em Atendimento Educacional Especializado.

Também, segundo a assessoria, a partir de março, será oferecido a comunidade um Espaço Educacional Especializado, que funcionará no antigo prédio da Secretaria de Saúde, com o objetivo de ampliar o atendimento inclusivo as crianças e suas famílias.