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Tradicionalistas pediram espaço para livre circulação e permanência com cavalos

As normas para o uso das vias públicas por cavalarianos nesse mês de setembro gerou uma manifestação de tradicionalistas no último sábado (16), em frente à Prefeitura Municipal de Rosário do Sul. Os manifestantes pediam a liberação de um espaço destinado aos cavalarianos, onde pudessem circular livremente e parar com seus animais – visto que a parada em via pública não estava sendo permitida.

Em decreto publicado pela Prefeitura Municipal de 17 de agosto, que começou a valer a partir de 1º de setembro, ficou determinado que somente seria permitida a circulação dos tradicionalistas e seus cavalos até às 21h. O documento não trata sobre a parada dos cavalarianos nas vias ou em frente a estabelecimentos, o que vinha sendo proibido pela Brigada Militar e causado polêmica.

Na última quinta-feira (14), um espaço na quadra em frente à Prefeitura Municipal, na Rua Amaro Souto, entre as Ruas Voluntários da Pátria e General Osório, chegou a ser disponibilizado, das 17h às 20h, como alternativa para que os cavalarianos que desejassem, lá permanecessem. A medida não visava impedir a circulação. A decisão, no entanto, foi revogada após recomendação da Brigada Militar e do Ministério Público ao Executivo, alegando riscos à saúde pública – devido à aglomeração de animais com risco de mormo – e à segurança pública, em decorrência da necessidade de isolamento e fiscalização por parte do município – que não teria condições de logística para fazê-la.

Foto: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

Isso desencadeou o protesto, realizado na tarde de sábado (16), pedindo a destinação de um espaço fechado aos cavalarianos. Mais de 100 tradicionalistas estiveram presentes na manifestação pacífica, com seus cavalos, enfileirados em frente à Prefeitura Municipal. “Nosso manifesto é em prol do tradicionalismo. A gente sabe que houve problemas na Semana Farroupilha e não tiramos a razão das autoridades, do que estão cobrando, mas eles não podem emparelhar todo mundo. Está faltando uma questão de bom senso”, declarou o tradicionalista Vanderlei Lima, 51 anos, um dos organizadores do movimento.

“Tive a ideia de colocar todos os cavalos em forma para mostrar que é possível o uso do bom senso do tradicionalista na via pública. Assim como o carro, entendemos que o cavalo é um meio de transporte”, argumentou a tradicionalista Mariana Rodrigues, 20 anos, que também auxiliou na organização na manifestação. Ela ressalta que o movimento foi pacífico, para mostrar que os cavalarianos podem ser educados e organizados. “Esperamos uma resposta das autoridades em respeito aos tradicionalistas”, concluiu.

Segundo a organização, não houve contato por parte dos órgãos promotores dos festejos farroupilha em Rosário do Sul. Os manifestantes ficaram em torno de uma hora, à cavalo, em forma na Rua Amaro Souto.

Foto: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

Novo decreto proíbe a circulação de cavalarianos em via pública

A Prefeitura Municipal confirmou, por volta das 17h dessa segunda-feira (18), que entrou em vigor um novo decreto, que proíbe a circulação de cavalarianos nas vias públicas do município a partir desta data até a próxima quarta-feira (20). O trânsito de tradicionalistas à cavalo só será permitido no intervalo das 7h às 15h do feriado, em virtude do desfile farroupilha. A medida foi tomada por recomendação do Ministério Público, para evitar eventuais problemas como o ocorrido na noite de domingo (17), na Praça Borges de Medeiros, que resultou na prisão de três pessoas por desacato, além de disparos de bala de borracha pela Brigada Militar.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a Administração Municipal tem responsabilidade sobre a programação, organização e promoção do desfile de 20 de setembro, além de expedir o Decreto com as orientações de conduta para os participantes. Porém, não interfere na fiscalização, que é de competência da Brigada Militar. A Prefeitura afirma que os termos acordados foram uma parceria através de diálogo entre os órgãos de segurança e o Executivo.

A organização da manifestação de sábado, por sua vez, ressalta que não corrobora com os ocorridos de domingo à noite e que os fatos são distintos.

Reportagem: Caroline Motta / Gazeta de Rosário
Fotos: Julio Lemos / Gazeta de Rosário

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